Trabalhadores da Volkswagen de São Bernardo do Campo (Volks) aprovaram terça (14), em assembleia, um acréscimo ao Acordo Coletivo para preservar postos de trabalho. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o aditivo foi negociado “devido ao cenário apresentado pela empresa”, que aponta excedente de aproximadamente 2.350 funcionários.
Desse total de funcionários da Volks, 1.900 estão em lay-off (suspensão dos contratos), enquanto os demais 450 devem-se ao fechamento do terceiro turno. A fábrica tem aproximadamente 8 mil empregados.
O objetivo da montadora é de evitar demissões, mantendo a garantia de emprego até o término da vigência do acordo, em 2025. As mudanças aprovadas referem-se ao programa de demissão voluntária (PDV) e ao índice de reajuste.
O pacote do PDV, que previa de 25 a 35 salários, conforme o tempo de casa, passou a 35 a 45 salários. Já na data-base, em março, a empresa reajustará os salários com base no INPC-IBGE menos 4,5%.
Desse percentual 1,5% já estava previsto, enquanto 3% refere-se a pagamento de convênio médico, que será quitado pela Volks. Atualmente, o INPC está acumulado em 10,96%.
Crise – O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão, que também é trabalhador da Volks, falou sobre a crise dos semicondutores, que vem atingindo todo o setor a nível mundial.
“Os próximos meses serão extremante críticos na Volks, tem parada na planta de Taubaté e aqui a produção diminuiu”, afirma Wagnão. “O terceiro turno não tem perspectiva de retorno pelo menos até o segundo semestre de 2023. Diante dessa situação, nosso papel como Sindicato é nos antever aos problemas e tentar resolver de forma que dê alguma tranquilidade ao trabalhador”. conclui o dirigente.
Segundo o coordenador do Comitê Sindical (CSE), José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho, o mais importante neste momento de crise foi preservar a garantia de emprego dos metalúrgicos da Volks. “Essa é a importância de fechar acordos de longo prazo. Nos dá condições de acompanhar passo a passo cenários diversos, como este que estamos vivendo hoje por causa da falta de semicondutores.”
*Reportagem da Rede Brasil Atual.