19 C
São Paulo
quinta-feira, 22/05/2025

Sindicato forte e representativo – por Nivaldo Santana

Data:

Compartilhe:

Depois de seis anos as centrais sindicais brasileiras voltaram ao Palácio do Planalto. Cerca de 500 lideranças realizaram uma reunião plenária, no último dia 18 de janeiro, com a presença do presidente Lula e do ministro do Trabalho, Luís Marinho.

A plenária tratou de dois pontos: política de valorização do salário mínimo e fortalecimento sindical. Nestas matérias, a posição unitária das centrais foi construída na Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat) realizada em abril do ano passado.

A pauta da Conclat aprovou a defesa de uma política de valorização do salário mínimo que reponha as perdas inflacionárias e incorpore aumento real. O objetivo é garantir o atendimento das necessidades básicas dos trabalhadores e de suas famílias.

Na questão do fortalecimento das negociações, há uma premissa importante. Só sindicatos fortes e representativos reúnem as condições básicas para negociar. Para tanto, há que se revogar os marcos regressivos da legislação trabalhista.

O documento da Conclat diz que a legislação precisa assegurar liberdade e autonomia sindical, obrigatoriedade de participação dos sindicatos nas negociações coletivas, direito de greve e combate às práticas antissindicais.

O objetivo, com essas medidas, é ampliar a representatividade e a organização dos sindicatos, estimular a cooperação e respeitar as decisões das assembleias, inclusive no financiamento solidário e democrático da estrutura sindical.

No pronunciamento dos presidentes das Centrais, essas questões tiveram lugar de destaque. Os dirigentes também elogiaram o revigoramento do Ministério do Trabalho e foram unânimes na condenação dos atentados golpistas do dia 8 de janeiro.

Em resposta às centrais sindicais, o ministro Marinho adiantou que o presidente Lula aprovou a constituição de dois grupos de trabalho para elaborar propostas que tratem tanto do salário mínimo quanto da organização sindical.

No seu pronunciamento, o presidente Lula reafirmou que seu governo estará sempre aberto ao diálogo com o sindicalismo. Durante a realização da plenária, formalizou a constituição das comissões tripartites que tratarão das demandas das Centrais.

O presidente Lula antecipou que a posição do governo é de construir uma nova política de valorização do salário mínimo. Além da relevância social, o aumento salarial fortalece o mercado interno e impulsiona o crescimento da economia.

Quanto à organização sindical, a proposta do governo é elaborar uma nova legislação que permita fortalecer os sindicatos, evitar a fragmentação, aprimorar a negociação coletiva e criar mecanismos que assegurem o financiamento solidário das entidades.

São os novos tempos do Brasil com o fim do governo de extrema-direita. A luta por desenvolvimento com valorização do trabalho atinge um novo patamar. Um sindicalismo forte e mobilizado é condição essencial para viabilizar essas conquistas.

Nivaldo Santana, secretário de Relações Internacionais da CTB

Clique aqui e leia mais artigos 

Conteúdo Relacionado

União e mobilização nas campanhas salariais – Murilo Pinheiro

Iniciadas há alguns meses, as negociações coletivas dos engenheiros se multiplicam em maio e junho, datas-bases de inúmeras empresas em que a categoria atua....

Queda no desemprego só é ruim para a economia num mundo invertido – Adriana Marcolino

Visão restrita do mercado ignora subutilização da força de trabalho e tenta transformar emprego em problema.O mercado de trabalho brasileiro vem demonstrando avanços, puxado...

Ataques a subsistência dos sindicatos aprisionam o trabalhador – Eusébio Pinto Neto

A construção de uma convenção coletiva de uma categoria requer dedicação, investimento financeiro e, acima de tudo, habilidade para negociar. A maioria dos trabalhadores...

O papel central do relator no projeto do Imposto de Renda – Antônio Augusto de Queiroz

A escolha do deputado Arthur Lira como relator do projeto de reforma do Imposto de Renda (PL 1087/2025) não foi um mero acaso, mas...

País no rumo certo – Josinaldo José de Barros (Cabeça)

São muito boas as notícias da visita do Presidente Lula à China. A proposta chinesa de cobrir nosso território com ferrovias tem tudo pra...