18.8 C
São Paulo
quinta-feira, 22/05/2025

Correção IR isenta mais de 90 mil químicos de SP – Por Sergio Luiz Leite

Data:

Compartilhe:

As novas regras de correção da tabela do imposto de renda, anunciadas pelo presidente Lula, entrarão em vigor a partir de primeiro de maio e tornarão isentos os rendimentos inferiores a dois salários mínimos (R$ 2.640,00). De acordo com a Receita Federal, 13,7 milhões de contribuintes em todo o Brasil não precisarão pagar o imposto. O último reajuste na tabela ocorreu em 2015 ainda no governo Dilma, sendo que a defasagem acumulada desde então já chega a 50%.

A faixa de isenção, atualmente em R$ 1.903,98, terá um reajuste de 10,92% e os rendimentos tributáveis entre R$ 2.640,01 e R$ 5.000,00 contarão com a possibilidade de uma dedução simplificada fixa de R$ 528,00. As novas regras passarão a valer a partir de maio por meio de Medida Provisória, precisando ser aprovadas pelo Congresso em até 120 dias. Tratando-se de um imposto retido na fonte, os trabalhadores serão beneficiados de imediato. As declarações de ajustes referentes à nova tabela (ano-calendário 2023) serão realizadas pelos contribuintes no exercício 2024.

A título de simulação, com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2021), apenas 15% dos trabalhadores químicos do Estado de São Paulo recebem até R$ 1.903,98 – equivalente a 56,7 mil trabalhadores. Esta participação salta para 39,3% (149,6 mil trabalhadores) se considerarmos o corte salarial de R$ 2.640,00. Na prática, aproximadamente 92,8 mil trabalhadores químicos se tornarão isentos da cobrança do imposto de renda a partir de maio. Importante destacar que estas são apenas estimativas baseadas na última RAIS disponível (2021) sem aplicação de qualquer deflator. A Tabela 01 apresenta o levantamento por setor de atividade da indústria química.

O reajuste das faixas do imposto de renda foi uma reivindicação do Movimento Sindical ao presidente Lula durante a campanha eleitoral, sendo o anúncio da nova tabela um importante ponta pé inicial rumo ao cumprimento da promessa de isenção dos rendimentos inferiores a R$ 5.000,00, assim como de correção da defasagem da tabela nas demais faixas salariais. Somente os trabalhadores unidos pela reconstrução do Brasil poderão conquistar essa e outras transformações que nosso país tanto precisa! Vamos avançar na luta por uma reforma tributária justa e solidária, que garanta a responsabilidade fiscal do governo, mas que priorize a geração de emprego, renda e a erradicação da miséria.

Sergio Luiz Leite, Serginho é Presidente da FEQUIMFAR e Vice-presidente da Força Sindical

Clique aqui e leia mais artigos.

Conteúdo Relacionado

Clamor popular pela redução da jornada – João Guilherme Vargas Netto

No Brasil republicano tem sido difícil a luta pela redução constitucional da jornada de trabalho, ainda que várias reduções tenham acontecido em empresas e...

A fase nacional é boa! – Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Vivemos uma boa fase na economia. Para nós, sindicalistas, interessam mais diretamente os dados referentes ao emprego, ao desemprego, ao registro em Carteira e...

A sociedade do conformismo e a perda dos direitos dos trabalhadores – Eduardo Annunciato

Durante muito tempo, os trabalhadores aceitaram calados as imposições dos patrões. Mas foi essa exploração, principalmente após a Revolução Industrial, que fez nascer a...

União e mobilização nas campanhas salariais – Murilo Pinheiro

Iniciadas há alguns meses, as negociações coletivas dos engenheiros se multiplicam em maio e junho, datas-bases de inúmeras empresas em que a categoria atua....

Queda no desemprego só é ruim para a economia num mundo invertido – Adriana Marcolino

Visão restrita do mercado ignora subutilização da força de trabalho e tenta transformar emprego em problema.O mercado de trabalho brasileiro vem demonstrando avanços, puxado...