Este momento brilhante para toda a equipe da obra cinematográfica, que com certeza continuará fazendo sucesso e enchendo as salas de exibição, é também muito relevante para o cinema brasileiro e para todos os profissionais que atuam ou atuarão na área que, vale salientar, gera empregos e contribui com o desenvolvimento econômico e cultural do País.
Dirigido por Walter Salles, o filme é baseado no livro homônimo do escritor Marcelo Rubens Paiva, que conta a história de sua mãe Eunice Paiva (interpretada por Fernanda Torres), que tornou-se ativista política após seu marido, o jornalista Rubens Paiva, ter sido sequestrado e morto pela ditadura militar.
Além do aspecto artístico, o filme “Ainda Estou Aqui” tem o mérito de reforçar a importância histórica de quem lutou contra o autoritarismo e contribuiu com a redemocratização do País.
É, portanto, muito educativo para quem ainda não conhecia os horrores e os crimes cometidos, inclusive com perseguições, torturas e assassinatos de trabalhadores metalúrgicos (exemplos: Manoel Fiel Filho e Santo Dias), pelo regime autoritário e repressor instalado no Brasil com o golpe político de 1964 e encerrado só em 1985, com a eleição do civil Tancredo Neves, depois de muitas lutas de resistência à ditadura militar e mobilizações históricas como o movimento Diretas, Já! de 1984.
É neste sentido que hoje no Brasil nós exigimos punição exemplar, sem anistia, aos “falsos patriotas” que tentaram recentemente dar um novo golpe contra o Estado Democrático de Direito. Ditadura nunca mais. Viva a Democracia!
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, e diretorias.