Países como Bélgica, França e Alemanha fecharam lojas, restaurantes e bares
Na Bélgica, para conter o drástico aumento de casos de Covid-19, todos os comércios considerados não essenciais fecham suas portas a partir desta segunda-feira, 2, até, em princípio, meados de dezembro. Há duas semanas já não é mais possível frequentar cafés nem restaurantes no país. Cabelereiros e institutos de beleza terão que encerrar as atividades novamente.
De acordo com a determinação do governo belga, o trabalho em home office, que era fortemente aconselhável, passa a ser obrigatório. Reuniões familiares ou de amigos, apontadas como uma das principais fontes de contágio, estão proibidas. Cada núcleo familiar poderá receber a visita de apenas uma pessoa.
As férias escolares de Finados serão prolongadas até 15 de novembro. Além disso, o país instaurou toque de recolher entre a meia-noite e às 5h e a proibição de vendas de bebidas alcoólicas a partir das 20h.
A Bélgica continua sendo o país europeu com o maior número de óbitos por Covid-19 em relação à sua população: são 84 mortos por 100 mil habitantes e, na última semana, chegou a registrar 15 mil novos casos diários da doença.
O primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, afirmou que o país vive um estado de “emergência sanitária” e fez um apelo para que a população respeite as medidas para que “equipes médicas e hospitais não desabem nos próximos dias”. Restam poucos leitos de UTIs no país e vários pacientes de Covid-19 na Bélgica estão sendo transferidos para hospitais na Alemanha.
Vários países retomam lockdown
Com o aumento de casos de Covid-19 na Europa o segundo lockdown já é realidade em vários países do bloco. Os governos estão em alerta máximo, anunciando regras de lockdown para combater os tristes recordes da doença nas últimas semanas. Cerca de mil cidadãos europeus estão morrendo por causa do vírus a cada dia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou um pacote de medidas para frear a pandemia no continente, destinando 100 milhões de euros para testes rápidos de rastreamento do vírus.
A partir desta segunda-feira, a Alemanha volta a fechar restaurantes e bares, todos os grandes eventos no país foram cancelados, viagens não essenciais são desaconselhadas e eventos esportivos só poderão acontecer sem a presença do público.
Já a França vive um lockdown parcial com cafés, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais não essenciais fechados. Depois de alertar que a segunda onda poderá ser mais mortal do que a primeira, o governo francês voltou até mesmo a impor o formulário obrigatório para justificar saídas apenas por razões médicas ou motivos profissionais essenciais.
Mesmo não fazendo mais parte da União Europeia, a Grã-Bretanha avisou que o segundo lockdown pode durar bem mais do que um mês. As novas regras do auto isolamento britânico devem entrar em vigor a partir da meia-noite de quinta-feira, 5. Espanha, Itália, Portugal, Grécia e Áustria também anunciaram medidas sanitárias e decretaram toque de recolher noturno.
Medidas geram protestos
Na Espanha, nas últimas duas noites, uma série de protestos violentos foram registrados em cidades de todo o país contra as restrições impostas para conter o avanço da Covid-19, depois de o governo decretar um estado de emergência.
Em Madri, manifestantes gritavam “Liberdade!”, incendiaram latas de lixo e ergueram barricadas na Gran Via, a principal avenida da capital. Em Barcelona, saquearam lojas e atacaram os policiais com pedras.
A imposição do toque de recolher e a oposição às novas restrições também provocaram confrontos na França e na Itália. De Florença a Berlim, de Paris a Manchester, explode o número de pessoas que enfrentam dificuldades financeiras e exaustão psicológica.
Cresce ainda o ceticismo nos governos europeus que sabiam que a segunda onda de Covid-19 seria inevitável e que no momento, segundo os críticos, parecem ter perdido o controle da situação. Para eles, a Europa precisa saber dar respostas rápidas às crises e oferecer mais apoio e solidariedade; caso contrário não terá como evitar mais confrontos nas ruas.
Fonte: Carta Capital