28.2 C
São Paulo
quinta-feira, 24/10/2024

A carestia e a sua administração

Data:

Compartilhe:

A Economia não combate a carestia com soluções milagrosas como antecipação de 13º salário ou empréstimo do próprio Fundo de Garantia.

Como dizer que o País líder em exportação de commodities alimentares vive forte crise inflacionária, principalmente em razão dos alimentos?

!

Será que a fome é o principal marco pra se definir a escassez? Ou o desemprego? Ou o subemprego pós-Reforma Trabalhista, que, além de não gerar empregos de qualidade, criou condições de precarização na relação emprego x salário?

Creio que quem melhor defina isso seja a mulher. A mãe que sempre teve dupla jornada de trabalho e arca com o planejamento e a compra dos víveres.
Sabe melhor que qualquer economista como fazer um tostão virar um milhão, se lhe derem oportunidade.

Numa lógica nem sempre convincente, sobe o dólar – sobem os preços dos alimentos. Sobem os combustíveis – sobem os alimentos.

Aumentam as chuvas – sobe o alimento.

Tem seca – sobem os alimentos. Entretanto, quando as quedas ocorrem, o equilíbrio nos preços não ocorre.

A cesta básica pelo Dieese para São Paulo é R$ 715,65, Rio R$ 697,37, Belo Horizonte R$ 642,01. Como ração mínima para dois adultos e duas crianças que se alimentem como um adulto.

É uma cesta apenas de alimentos (proteína animal, leite, arroz, farinha, batata, legumes, pão francês, café em pó, fruta da época, açúcar, óleo ou banha e manteiga).

Nada além de víveres, em proporções mínimas de sobrevivência.

A Economia não combate a carestia com soluções milagrosas como antecipação de 13º salário ou empréstimo do próprio Fundo de Garantia. Essas ações são a alegria do sistema financeiro e limita os sonhos futuros e, especialmente, os sonhos presentes.

Mãe, mulher, a saída é um investimento em empregos de qualidade com salários decentes. Dessa forma, a Economia combate a Carestia.

Mas tudo isso está longe de ser viabilizado.

Esse é o nosso Brasil de ontem, de hoje, mas o Brasil do amanhã pode ser diferente e depende de nós.

Professor Oswaldo Augusto de Barros
Presidente da NCSTFSTCNTEECFEPAAE

Acesse – https://fstsindical.com.br/novo/

Clique aqui e leia mais artigos de Oswaldo Augusto de

Conteúdo Relacionado

A espuma do chope e o canto do galo – João Guilherme V. Netto

Pouca gente gosta de muita espuma no colarinho da caldereta, mas a mídia grande, influenciadores digitais, candidatos eleitorais e até o presidente Lula têm...

Comportamentos e valores da sociedade – Antônio A. de Queiroz

Em pleno século 21, é profundamente decepcionante constatar que boa parte da sociedade contemporânea orienta suas ações e comportamentos por ganância, vaidade e ressentimento,...

O voto, o joio, o trigo – Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Estamos a quatro dias do segundo turno das eleições em Guarulhos. Ao votar, o eleitor escolherá que modelo de desenvolvimento e que tipo de...

Privatizar o lucro e gerar o desespero – Lineu Mazano

No momento em que mais se fala sobre a responsabilidade da Enel acerca da falta de energia para milhares de famílias paulistanas, devido ao...

Avanços tecnológicos e “Cresce Brasil” – Murilo Pinheiro

“Cresce Brasil” e avanços em inteligência artificial e em cibersegurança compõem inovações que estarão em alta no próximo ano. Para aproveitar as oportunidades que...