De todas as fotos que nos chegaram da cobertura pela mídia grande e redes sociais, da visita presidencial brasileira à China, quero destacar uma por seu caráter singular, inaudito e relevante. A singularidade é sempre uma chave.
Refiro-me à foto em que aparecem, pela ordem da esquerda à direita, o presidente Lula, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, Moisés Selerges, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, o presidente Xi, o presidente da UGT, Ricardo Patah, o presidente da CUT, Sergio Nobre, e o dirigente do MST, João Pedro Stédile.
É inaudito que dois Presidentes, de grandes e poderosos países, se fotografem juntos com uma delegação de dirigentes sindicais em visita ao país anfitrião. Não concebo no mundo inteiro de hoje a possibilidade de uma situação parecida.
O retrato é a confirmação da relevância para o visitante e para o visitado do movimento sindical dos trabalhadores, representado pelos dirigentes sindicais brasileiros, que sofreram nos anos bolsonaristas o mais afetado desprezo.
Os dirigentes sindicais participaram ativamente de todos os grandes eventos durante a visita e, em especial, reuniram-se com os colegas chineses que foram convidados a visitar o Brasil.
Trata-se agora na volta da responsabilidade acrescida depois desses desempenhos.
A grande tarefa que lhes será incumbida em sua volta, juntamente com todos os dirigentes sindicais, será a organização e efetivação das comemorações unitárias do 1º de Maio (para as quais os convidados chineses não tiveram condições de aceitar o convite de participação devido à premência do tempo), tendo como eixo central a defesa da política do salário mínimo e o anúncio de seu novo valor.
Assim como ficaram bem na foto, os dirigentes, cumprindo a pauta da Conclat 2022, devem fazer redobrados esforços para garantir esses avanços, fundamentais para os trabalhadores, para a economia e para o próprio governo brasileiro.
João Guilherme Vargas Netto – Consultor sindical de entidades de Trabalhadores e membro do Diap.
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