13.6 C
São Paulo
quinta-feira, 19/06/2025

Corrigir a tabela do IR é distribuir renda

Data:

Compartilhe:

A falta de correção de tabela de renda IR (Imposto de Renda), combinada com aumento da inflação, tem resultado um aumento histórico da tributação sobre os trabalhadores, principalmente os menos favorecidos economicamente.

É importante ressaltar que já se iniciou-se as campanhas salariais das categorias com data-base no segundo semestre. Com isso, milhares de trabalhadores que estão isentos – hoje R$ 1.903,98 – passarão a ser tributados após os reajustes serem aplicados. Destaco: A defasagem faz também com que muitos contribuintes mudem de faixa de renda após reajustes salariais, e passem a pagar uma alíquota mais elevada em relação ao ano anterior.

Para se ter uma ideia: No acumulado de 12 meses em junho, o IPCA, índice oficial da inflação , chegou a 11,89%. E um levantamento feito por feito auditores da receita federal mostra um defasagem da tabela chega a 147,37%, considerando o período de 1996, ano que a tabela deixou de sofrer reajustes anuais. Pequenas correções foram feitas em 2005 e 2015.

Durante Bolsonaro, a defasagem está acumulada em 26,6%, até junho. A tabela é a mesma há 7 anos. É um absurdo. Não corrigir a tabela é uma forma de aumentar o imposto para essa numerosa parcela da população.

A luta do movimento sindical pela correção da tabela do Imposto de Renda é uma luta por justiça social, tendo em vista que a política tributária é um dos principais instrumentos de distribuição de renda.

No Brasil, porém, ainda estamos longe dessa prática. Anualmente, a tabela vem sendo corrigida por índices abaixo da inflação, levando um grande contingente de trabalhadores, antes isentos, a pagar imposto, enquanto outros que já pagam passam a pagar mais, corroendo os reajustes salariais conquistados.

Por isso, o debate sobre a correção do Imposto de Renda é tão importante para a reorganização do nosso sistema tributário em bases mais justas.

Temos cobrado a correção real da tabela, mas o governo também não atendeu esta justa reivindicação. Este descaso, contudo, não impedirá de continuarmos intensificando a luta para defender os trabalhadores.

As incertezas, hoje, são muitas: o dragão da inflação está de volta. Os juros estão em patamares proibitivos. O desemprego começa a mostra sua cara assustadora. O gás e a gasolina estão com preços nas alturas. O leite, então, nem se fala.

É preciso unir nossas vozes por mudanças já. Há tempos, o movimento sindical cobra a correção anual da tabela do IR.

Corrigir a tabela do IR é uma forma de distribuir renda!

Conteúdo Relacionado

Um jogo perigoso – Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Domingo, nosso Sindicato começou a publicar nas redes sociais um card sobre jogos. O Card alerta: “BET É FRIA - Não jogue seu dinheiro...

Federação partidária fracassa – Antônio Augusto de Queiroz

A federação partidária, instituída como mecanismo compensatório após o fim das coligações nas eleições proporcionais, revela-se uma ferramenta essencialmente pragmática, desprovida de qualquer compromisso...

Reverter fuga de cérebros para desenvolver o País – Murilo Pinheiro

Programa do governo nessa direção vai ao encontro do que propugna o projeto “Cresce Brasil” e precisa não só ser perene, como ir além. Somado...

Trabalho decente reduz desigualdades sociais – Eusébio Pinto Neto

Não existe democracia, igualdade de direitos e liberdade sem justiça social. Este é um dos principais ensinamentos que adquiri na 113ª Conferência da Organização...

Respeito pelas bases – Josinaldo José de Barros (Cabeça)

As melhores organizações humanas nascem de baixo para cima. Ou seja, nascem da necessidade e da vontade dos que estão na base de um...