A sociedade brasileira, especialmente os milhões a quem falta o básico, está certamente esgotada por uma realidade de dificuldades que se avolumam a cada dia. É preciso escapar às diversas confusões criadas e se concentrar no essencial: preservar a democracia, defender a saúde e a vida e buscar justiça social.
Após quase um ano e meio da chegada da pandemia da Covid-19 ao Brasil, ainda sem controle, vivemos uma situação de exaustão em função, principalmente, da quantidade absurda de vidas perdidas, mas também da insegurança atroz gerada por esse cenário e, obviamente, pela crise econômica avassaladora, com ampliação do desemprego e da desigualdade social.
Se esse é o quadro terrível que nos aflige, o mais razoável parece ser trabalhar no enfrentamento dele, com as ferramentas de que dispomos. Em primeiro lugar, entre as tantas incertezas ainda existentes em relação ao coronavírus, um consenso se fortalece a cada dia: nossa principal arma é a vacinação. Se havia desconfianças em relação a isso, os resultados do avanço desse processo – ainda demasiadamente lento – e especialmente estudos como o de Serrana demonstram que o caminho para a normalidade está em garantir que uma parcela majoritária da população esteja imunizada.
Sendo assim, é preciso que o Estado brasileiro atue de forma coordenada para acelerar a vacinação, tentando minimamente ganhar a corrida contra o surgimento de variantes do vírus que podem colocar o esforço feito a perder. Foram muitos os erros cometidos até aqui, mas nada impede que cessem as trapalhadas e comecemos a atuar com total seriedade e eficiência, aproveitando a expertise que temos nesse campo. Vacina para todos já é a nossa meta.
Enquanto a rotina não pode voltar ao que era, é preciso garantir a sobrevivência da população e das empresas, especialmente as pequenas. Portanto, seguimos batendo na tecla do Auxílio Emergencial, que deve ser ampliado ao menos ao nível do que foi pago em 2020, retomando-se os R$ 600,00. É preciso haver linhas de crédito e apoio aos empreendimentos que lutam para sobreviver e não desempregar ainda mais. O dogma neoliberal fiscalista deve ser deixado de lado e substituído pelo compromisso real com o bem-estar do povo.
Simultaneamente, os governos devem achar meios de, desde já, contribuir para a geração de emprego e renda, o que se converterá em receita pública. Nesse sentido, a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e seus sindicatos filiados têm defendido a retomada das obras paralisadas e reafirmam essa proposta. Além de aquecer a economia com agilidade, a medida tem a virtude de oferecer infraestrutura essencial à população.
Por fim, não é possível pensar em superação e avanço de qualquer tipo sem um pacto real pela preservação e fortalecimento da democracia. É preciso respeitar as instituições e as regras pactuadas pela nossa sociedade na Constituição Federal e em todo o nosso arcabouço legal. O Estado de Direito é a garantia da convivência civilizada, eliminando a lei do mais forte ou o abuso de poder. Ou compreendemos a importância da democracia ou estaremos todos à mercê das arbitrariedades.
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