Na sexta (29), o IBGE divulgou os novos dados sobre emprego e situação da renda no País. Os números são positivos e ajudam a explicar a melhora da popularidade do presidente Lula.
Segundo o IBGE, a taxa de desemprego recuou pra 7,8% no trimestre até agosto e a soma dos salários bateu recorde, com mais brasileiros no mundo do trabalho formal e informal.
Taxa é a menor para o trimestre desde 2014. A população desempregada recuou pra 8,4 milhões. Houve queda de 5,9% (menos 528 mil pessoas) frente ao trimestre anterior. O novo número é o menor para o período desde 2014 (6,9 milhões). Segundo a pesquisa, a população ocupada com algum tipo de vaga chegou a 99,7 milhões. O crescimento foi de 1,3% frente ao trimestre anterior (1,3 milhão de empregos a mais).
Esse quadro favorável pelo lado da ocupação é o que permite a redução do número de pessoas que procuram trabalho, explica Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas do IBGE. À Folha, “ela afirmou que o mercado sinaliza uma recuperação do padrão de sazonalidade anterior à pandemia da Covid-19 – significa uma redução do desemprego depois do aumento no início de ano, quando costuma ocorrer o fim de contratos temporários”.
Já no que se refere à massa de rendimento, o IBGE aponta que ela chegou a R$ 288,9 bi no trimestre até agosto e bateu recorde na série histórica iniciada em 2012. O crescimento da massa salarial foi de 2,4% frente ao trimestre anterior. A renda média foi estimada em R$ 2.947,00 até agosto, 1,1% maior do que o verificado até maio. Na comparação anual, crescimento de 4,6%. A recomposição do rendimento também contribuiu para o aumento da massa salarial.
A queda do desemprego e o aumento da renda confirmam que o PIB deve ter alta expressiva este ano. Ante esse cenário, que ainda é carregado de riscos – até porque o BC “autônomo” segue sob chefia do bolsonarista Roberto Campos Neto, como os jornalões neoliberais irão se comportar? Em 19 de junho, o Estadão pespegou um editorial patético – “Lula é um sujeito de sorte” – pra avaliar os primeiros sinais de recuperação da economia. Será que o jornalão oligárquico manterá suas análises agourentas?
(*) Altamiro Borges Jornalista. É coordenador do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé. Exposição apresentada no Encontro Sindical Nacional do PCdoB, realizado em Salvador (BA) em 16 de junho.