Segunda (11), começou a vigorar em São Paulo um megarrodízio que restringe a circulação de carros na cidade o dia todo. Nos dias pares podem circular carros com placa final par, e nos dias ímpares, final ímpar. A medida inclui sábados e domingos.
A iniciativa do prefeito Bruno Covas visa reforçar o isolamento social e diminuir o avanço do novo coronavírus, mas preocupa motoristas e cobradores de São Paulo. Esses profissionais são obrigados a lidar diariamente com um contingente muito grande de pessoas.
Presidente da Nova Central São Paulo, o condutor Luiz Gonçalves (Luizinho) explica que a medida pode agravar a superlotação dos transportes públicos e aumentar o risco de contaminação, tanto para os trabalhadores do setor como para os usuários.
Levantamento feito pelo Sindicato da categoria, do qual Luizinho é dirigente, indica que 514 funcionários de empresas de ônibus da capital paulista estão com suspeita de contaminação pelo novo coronavírus, sendo que 122 casos já foram confirmados e 30 pessoas morreram.
“É uma categoria que trabalha diretamente com o público. Eles precisam de medidas de proteção. É responsabilidade das empresas garantir o fornecimento de EPIs como máscaras, luvas e álcool em gel para os trabalhadores”, ele alerta.
Além disso, o dirigente explica que devido à pandemia e para reduzir prejuízos, as empresas reduziram o quadro de funcionários. Muitos trabalhadores foram colocados em férias, tiveram contratos suspensos ou jornadas reduzidas. O que impacta no déficit de profissionais da categoria.
Para preservar a saúde dos trabalhadores, Luizinho defende colocar a frota completa de ônibus nas ruas e a contratação de mais profissionais. “Só somos serviços essenciais quando precisamos atender à população. Mas na hora de nos ouvir ou preservar vidas não. Nessa hora o lucro fala mais alto”, critica o sindicalista.