A principal tarefa dos brasileiros é a de enfrentar a doença aterradora, com todas as suas consequências trágicas, e garantir o isolamento social pelo tempo que for necessário, irrigando a sociedade, Municípios e os Estados, com auxílios emergenciais e créditos garantidos pelo governo federal. Nesta luta configuram-se três campos principais.
Os inimigos da doença, os quarentenados, o Jornal Nacional e outros veículos de comunicação, a comunidade da saúde e do SUS e os brasileiros de bom senso.
Os cúmplices da doença, Bolsonaro e os bolsonaristas, comerciantes ávidos e o pessoal que quer “passar a boiada”, Guedes, Salles e os apaniguados.
Entre estes dois extremos situa-se o campo dos indecisos, que subestimam a doença e se confundem em seu enfrentamento, como alguns partidos políticos que pregam a ida às ruas, alguns governadores e prefeitos que afrouxam o isolamento e os necessitados de auxílio e de proteção social que não os conseguem.
O movimento sindical dos trabalhadores e seus dirigentes fazem parte do primeiro campo.
Para garantir essa posição – que merece ser ressaltada e afirmada – o movimento sindical tem hoje, além desta, uma tripla tarefa, na qual deve se empenhar com unidade.
Em primeiro lugar deve cuidar de sua base organizada exigindo seus direitos e resistindo ao desemprego e à desorganização. As grandes empresas, a começar pelas montadoras de veículos, passaram a desprezar a legislação que era efetivada pela MP 936 (cuja lei aprovada espera até hoje a sanção presidencial) e começam a priorizar demissões maciças, como a Nissan, e anunciam isto como estratégia duradoura e em alguns casos, mundial.
Deve também preocupar-se, como tem feito, com a garantia dos auxílios emergenciais e dos créditos às pequenas empresas, aos Estados e Municípios, impedindo sua extinção e viabilizando seus fluxos prolongando-os até dezembro com os mesmos valores, única maneira de possibilitar o isolamento social e o SUS.
Além dessas duas tarefas o movimento tem o compromisso unitário – afirmado desde o 1º de Maio virtual – de lutar pela constituição de um grande blocão de forças contra a doença, contra o caos social e pela democracia.
Talvez fosse hora dos dirigentes sindicais realizarem uma nova jornada nacional virtual, com a participação dos partidos políticos, governadores e prefeitos, dos movimentos, dos juristas, do pessoal da saúde, de intelectuais e artistas, da própria base dos trabalhadores, afirmando nossas posições de combate unitário.