O economista Cloviomar Cararine, da subseção do Dieese na Federação Única dos Petroleiros (FUP), aponta que é possível reduzir o preço dos combustíveis, com a Petrobras fortalecida e não fatiada. Isso porque desde o governo Temer a estatal está sendo entregue aos poucos à iniciativa privada. Já chega a 14 refinarias vendidas e a intenção de privatizar outras seis.
Na visão de Cloviomar, para abrasileirar o preço dos combustíveis, é preciso uma forte presença estatal no setor de petróleo, com um custo menor. “Para que possamos ter da produção ao refino, até a distribuição, numa só empresa estatal, para que o estado possa proteger a população com preço menor”, afirma o economista.
Segundo ele, não há sentido o Brasil praticar os preços atuais da gasolina, diesel e gás de cozinha, por exemplo, uma vez que o País está entre os 10 maiores produtores de petróleo do mundo.
“Nos países que são grandes produtores de petróleo, a política é sempre orientada para proteger a população, reduzindo o preço ao consumidor”, explica Cloviomar Cararine.
“No caso brasileiro, a gente viu o absurdo do governo anunciar aumento da produção de petróleo, segundo o ministro de Minas e Energia, mas a intenção não é reduzir o preço na bomba. O objetivo é aumentar a produção pra exportar”, critica o economista do Dieese.
PPI – O Preço de Paridade Internacional, utilizado pela Petrobras, é o que encarece os combustíveis no País. Isso porque o petróleo extraído no Brasil é repassado às refinarias, cotado em dólar. “Hoje, a refinaria compra o petróleo da Petrobras a preço internacional, com a influência do dólar. Não era pra isso acontecer. Só acontece por conta dessa estratégia de praticar preços internacionais para favorecer a venda das refinarias”, conclui Cloviomar.
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