Dados divulgados pelo IBGE nesta quinta (31) mostram economia aquecida e mercado de trabalho em alta. No trimestre encerrado em junho, a taxa de desemprego foi de 5,8%, menor índice da série histórica, iniciada em 2012.
Pedro Afonso Gomes, membro efetivo do Conselho Federal de Economia, lembra que no último trimestre do governo Bolsonaro, em 2022, a mesma taxa estava em 11,1%. “É uma redução muito significativa, fruto da previsibilidade e da consistência das ações do governo Lula”, afirma.
Para o economista, o País vive um ciclo econômico virtuoso. “A economia se nutre da confiança. Com ela, empresários começam a investir, bancos fornecem mais crédito e empregos crescem. Desemprego abaixo dos 6% é pleno emprego, pois sempre existirá alguma rotatividade no mercado de trabalho”, explica.
Qualificação – Pedro Afonso Gomes também vê uma melhora na qualificação dos trabalhadores. “No passado já vimos situações em que havia vagas de emprego, mas os trabalhadores não estavam qualificados para ocupá-las. Hoje o País tem uma mão de obra mais qualificada, o que atrai o interesse das empresas”, afirma.
Trump – Tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA vai vigorar a partir de 6 de agosto. O presidente dos EUA anunciou uma série de exceções no decreto publicado na quarta (30). “Isso pode amenizar o impacto sobre nossa economia. Os setores com as tarifas mais altas têm um nível grande de automatização da produção, o que pode fazer com que o impacto sobre empregos não seja tão grande”, avalia o membro da Cofecon.
Juros – Em reunião quarta (30), o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, após sete altas seguidas.
Para Pedro Afonso Gomes, é falsa a justificativa do BC para índice tão elevado. Ele diz: “Cerca de 20% da dívida brasileira está atrelada à taxa Selic. Quanto maior ela for, mais as instituições financeiras ganharão. É isso que está sustentando a Selic nesse patamar, e não a tentativa de controle da inflação.”
Na avaliação do especialista, isso afeta a capacidade de investimento do governo, o que impede um crescimento econômico ainda maior.




