As duas Confederações de Trabalhadores na Indústria da Alimentação – CNTA Afins e Contac – querem se reunir com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a fim de tratar da desoneração no setor, especialmente quanto aos segmentos produtores de proteína animal.
A solicitação consta de ofício, do dia 30, assinado pelos presidentes Artur Bueno de Camargo, da CNTA e Nelson Morelli, da Contac. O documento também é subscrito por Gerardo Iglesias, secretário-geral da União Internacional dos Trabalhadores na Alimentação – UITA.
Pela proposta das entidades, o governo deve criar um grupo de trabalho tripartite que avalie todo o setor ou segmentos. Para as Confederações, desoneração sem contrapartidas reais não funciona.
Diz o ofício: “Já declaramos apoio ao veto do Presidente da República e continuamos firmes na luta pra que não haja isenção de tributos sem contrapartida aos trabalhadores, com garantia de emprego, saúde, segurança e melhores condições de trabalho”.
Sobre eventuais postos de trabalho abertos pela desoneração, as entidades asseguram: “quanto à geração de empregos, prometida, o objetivo não foi atingido, especialmente nas empresas produtoras de proteína animal”.
O ofício segue: “Os frigoríficos, com exceções, vêm criando dificuldades às negociações coletivas”. Segundo a CNTA, as duas Confederações “representam mais de 500 mil trabalhadores nas empresas de processamento de proteína animal”.
Firmeza – Em contato com a Agência Sindical, Artur, presidente da CNTA, é assertivo: “Sem garantia de novos empregos e melhora nas condições de trabalho, onde a temperatura fica abaixo de 12 graus, não há como apoiar desoneração”.
O sindicalista informa que, em determinadas regiões do País, frigoríficos encontram dificuldades para contratar, uma vez que a atividade costuma ser perigosa, é penosa e insalubre, levando empresas a buscar imigrantes e mesmo indígenas pra preencher as vagas.