O mês do trabalhador, em função do 1º de Maio, é de reconhecimento, mas também de reflexão. E uma das pautas mais urgentes que defendo é a valorização da saúde mental no ambiente de trabalho, especialmente diante de escalas exaustivas como a 6×1, que priva o trabalhador do descanso digno e do convívio com a família. Quem trabalha no comércio, setor de serviços ou em grandes redes sabe o que é isso: são semanas seguidas sem pausa suficiente, com pressão por metas e pouca valorização do ser humano. Isso adoece. E a saúde mental não pode mais ser relegada.
NR-1 e 6×1 – Está prevista a entrada em vigor da nova atualização da Norma Regulamentadora número 1 (NR-1), do Ministério do Trabalho. Ela exige que as empresas adotem medidas de prevenção aos riscos psicossociais, como estresse, assédio e sobrecarga emocional. Isso é um avanço. Pela primeira vez a legislação reconhece que saúde no trabalho não é só evitar acidente, mas também proteger a mente de quem trabalha. Essa atualização vai exigir planejamento, diálogo e responsabilidade. Não podemos admitir que o trabalhador siga adoecendo silenciosamente. Por isso, defendo que esse novo momento também traga à tona o debate sobre a escala 6×1. Não para prejudicar as empresas, e sim para buscar equilíbrio, porque ninguém rende bem sem descanso, sem lazer, sem tempo pra estar com quem ama.
Leis humanas – Como Deputado Federal, presidente da Fecomerciários e da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, tenho levado esse tema pra uma discussão séria, sem ideologias. No 1º de Maio, comemorado pelos comerciários paulistas no Centro de Lazer dos Comerciários, em Avaré, expus essas duas pautas importantes para mais de 3,5 mil trabalhadoras e trabalhadores.
É preciso avançar na discussão, e com agilidade. Defender a saúde mental é defender a família, a fé, a dignidade de quem levanta cedo e movimenta a economia. Sou deputado municipalista, ligado às bases, e sei o quanto esse tema impacta a vida real das pessoas. Seguirei firme, em Brasília e nos municípios, pra que tenhamos leis mais humanas e jornadas mais justas. O Brasil precisa valorizar quem trabalha. E isso começa por respeitar limites.
Luiz Carlos Motta. Deputado Federal (PL/SP), presidente da Fecomerciários e da CNTC.