O combustível está caro. Mas o frentista não tem nada a ver com isso. Quem prova é o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em levantamento recente: “Sobre o custo do trabalho dos frentistas no preço dos combustíveis”.
Victor Pagani, supervisor-técnico do Dieese no Estado de SP, diz: “Se a pessoa abastecer e a conta der R$ 100,00, o custo do frentista terá sido de apenas R$ 1,72”. Numa hipótese do litro da gasolina custar R$ 7,00, o salário do frentista representará só 12 centavos.
O estudo do órgão de assessoramento econômico do sindicalismo se apoia no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho) e no faturamento do setor de postos – 45 mil estabelecimentos em todo o País. O número de trabalhadores, em 2019, ano-base do estudo, estava em cerca de 500 mil.
A pesquisa do Dieese atende pedido das Federações Nacional e do Estado de São Paulo (Fenepospetro e Fepospetro), como contraponto a emendas do deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), introduzidas em duas Medidas Provisórias: MP 1.063 e MP 1.069. O parlamentar quer revogar a Lei 9.956, de 2000, que proíbe o autoatendimento, o chamado selfie-service.
Ataque – Outra frente de ataque ao emprego dos frentistas foi aberta por Projeto de Lei do deputado Vinícius Poit (Novo-SP). Diz o PL: “Artigo 1º – Fica permitido o funcionamento de bombas de autosserviço operadas pelo próprio consumidor nos postos de abastecimento de combustíveis, em todo o território nacional. Artigo 2º – Fica revogada a Lei 9.956”.
Articulação – As lideranças frentistas atuam junto a Parlamentares, a fim de evitar o avanço das emendas e do PL. Francisco Soares de Souza, presidente do Sindicato da categoria em Campinas e líder histórico, relata: “Deputados da direita, centro e da esquerda apoiam nossa luta. Ninguém quer saber de projetos que geram desemprego”. Nesta segunda, 18, a reunião foi com o senador Roberto Requião (MDB-PR).
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