Avança a luta pela inclusão profissional de pessoas com deficiência na base dos metalúrgicos de Osasco e Região, entidade que abrange 12 municípios.
Pesquisa lançada pelo Sindicato quinta, dia 20, aponta que 97,7 % das vagas estabelecidas pela Lei de Cotas (8.213/91) foram preenchidas em 2024. No ano anterior, este índice era de 84,1%. Dados são referentes a 68 empresas.
O levantamento, já na 19ª edição, tem apoio da Gerência Regional do Trabalho em Osasco e do Projeto de Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado de São Paulo.
Carlos Clemente coordena a pesquisa. Ele comemora os dados e espera que inspirem outras categorias. Clemente afirma: “A média nacional de ocupação das vagas pela Lei de Cotas está em 55%. Portanto, Osasco e Região estão dando um exemplo para o Brasil. Se esse avanço ocorre na metalurgia, onde se acreditava que seria difícil contratar pessoas com deficiência, ele certamente pode se dar em outros setores”.
Autoestima – Trabalhadores com deficiência que conseguem trabalho no setor metalúrgico têm ganho não só salarial, mas também de dignidade. “Como qualquer outra pessoa, os PCDs querem recursos pra sustentar as famílias e realizar seus projetos. É questão de cidadania e respeito. Quando adaptadas ao ambiente de trabalho, as pessoas com deficiência passam a ter outras demandas, como se juntar à luta por melhores salários e benefícios”, explica o dirigente.
Tipo – Pesquisa mostra preferência por contratação. Pessoas com deficiência física (39,4%) e auditiva (28%), somam 67,4% dos contratados. Trabalhadores com deficiência visual correspondem a 16,9%, enquanto a soma dos que têm deficiência intelectual, psicossocial, TEA (Transtorno do Espectro Autista) e múltiplas representa 7,1%. “A escolha dos empregadores pelo tipo de deficiência é um dos grandes absurdos que o levantamento constata. Tendência existe no Brasil inteiro e precisa ser combatida. Antes de qualquer deficiência, existe a pessoa, que pode ter as mais amplas aptidões”, diz.
Porte – O cumprimento da Lei de Cotas varia conforme o tamanho da empresa. Entre as que empregam de 100 a 200 trabalhadores, a ocupação das vagas para PCDs foi de 103%. Já nas de maior porte, 91,9%. Pesquisa mostra ainda que 54,4% das metalúrgicas cumpriram integralmente a Lei ou contratavam acima da previsão legal, e 4,4% não contrataram PCD.
Fiscalização – Entre julho e novembro de 2024, as 35 piores metalúrgicas, no que se refere à inclusão de pessoas com deficiência, participaram do programa “Valorizando a Inclusão pela Lei de Cotas no Setor Metalúrgico de Osasco e Região”, realizado pelo Sindicato em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego.
Segundo Carlos Aparício Clemente, “a melhoria dos números tem relação com esse programa”. Ele conta: Chamamos as empresas às suas responsabilidades. Algumas fizeram contratações durante esse período, e outras foram multadas por descumprir a Lei. A ação conjunta Ministério-Sindicato vai continuar, e esperamos que os dados da próxima pesquisa sejam ainda melhores”, conclui Clemente.
MAIS – Site e telefone (11 3651.7200) do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região. Telefone da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado de São Paulo: (11) 2113.2760.