Informações do Banco Central, divulgadas nesta semana, mostram que os juros do rotativo do cartão de crédito disparou em abril deste ano. A taxa passou de 359,1% para 364% ao ano. O rotativo é o responsável por maior parte do endividamento das famílias.
A taxa anual de juros para compras parceladas, apesar de menores do que o rotativo, também são altas. Em abril, chegou a 175,1%. O cheque especial variou de 127,8% para 132,7% ao ano em abril. A própria Taxa Selic, hoje em 13,25%, engloba um conjunto de juros que fazem com que os brasileiros deixem de pagar contas pra sobreviver.
De acordo com a técnica do Dieese, Adriana Marcolino, o crédito mais caro ao consumidor afeta principalmente os trabalhadores de menor renda. Com juros mais altos, há a transferência da renda do trabalhador para o sistema financeiro, ela aponta. “Quem paga são os mais pobres, por isso o aumento na Selic é péssima medida”, afirma.
Futuro – A expectativa econômica não é das melhores. Segundo economistas, a taxa básica de juros pode aumentar em 0,5% e chegar a 13,75% ao ano na próxima reunião do Copom (Conselho de Política Monetária do BC).
Impacto – A alta da taxa básica de juros tem efeito nas demais taxas do mercado. Quando o Banco Central aumenta a Selic, as instituições financeiras elevam ainda mais as taxas de juros das demais modalidades de crédito.
*Com informações da CUT.