A história moderna de São Paulo conta com um personagem ativo e combativo, entre tantos outros: é o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes – a base de Mogi é relativamente recente ante os 102 anos da entidade.
Quem quiser saber mais acerca dessa história deve ler o livro “A História dos Metalúrgicos de São Paulo”, escrito pela jornalista e pesquisadora Carolina Ruy. Ela também dirige o Centro de Memória Sindical (CMS). O Centro, não por acaso, fica na Rua dos Metalúrgicos, 171, no prédio que durante décadas foi sede do Sindicato.
Na sexta, dia 21, o livro foi lançado. Desta vez, na sede atual do Sindicato, à rua Galvão Bueno, 782, Liberdade, região central da Capital Paulista. A tiragem inicial é de dois mil exemplares, distribuídos gratuitamente a entidades sindicais, bibliotecas públicas, universidades e pesquisadores que lidam com o mundo do trabalho.
O lançamento contou com a presença de vários dirigentes das Centrais Sindicais, como também de entidades de base, de diversas categorias profissionais. O governo federal foi representado pelo vice-presidente da República e atual ministro do Desenvolvimento,Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Marcas – Para Carol Ruy, uma das marcas efetivas do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo são as fortes campanhas salariais e também os muitos acordos com ganhos reais para os trabalhadores. Ela menciona a conjuntura sindical dos anos 70 e início dos 80, quando a visibilidade maior ficava com o Sindicato de São Bernardo, embora em São Paulo, muitas vezes, as conquistas fossem mais vantajosas para a base metalúrgica.
Outro protagonismo da entidade paulistana ficou patente nas greves de 1983 e no movimento das Diretas-Já. Tarcísio Tadeu Garcia Pereira, que por anos foi o principal assessor do presidente Joaquim dos Santos Andrade (o “Joaquinzão”), observa: “A primeira reunião sindical rumo às Diretas-Já aconteceu nos Metalúrgicos de São Paulo”. Anos antes, em 1981, o Sindicato comandado por Joaquinzão havia sido decisivo para o êxito da primeira Conclat, em plena ditadura.
A autora do livro pontua outros momentos marcantes na vida do Sindicato (criado em 1932), que tem como características o pragmatismo e a pluralidade política. Esse pragmatismo ajudou na boa relação com os governos Lula, especialmente nas duas primeiras gestões do ex-metalúrgico e fundador da CUT.
Embora a economia brasileira mostre higidez, tendo o PIB crescido 3,4% no ano passado (puxado exatamente pelo setor industrial), Carol Ruy alerta que nem tudo são flores. Ela diz: “Ainda vivemos reflexos da crise que se iniciou no governo Temer”.
Serviço – O Livro já foi disponibilizado online, no site do Sindicato – clique aqui para ler. Presidente atual: Miguel Eduardo Torres, que também preside a Força Sindical. O prefácio é do consultor João Guilherme Vargas Netto.
MAIS – Site do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes – www.metalurgico.org.br. Centro de Memória Sindical: (11) 3227.4410.