O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou nesta semana o boletim De Olho nas Negociações número 21. O material faz balanço dos reajustes salariais de maio de 2022.

Segundo a pesquisa, 54,5% dos reajustes ficaram abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE. Esse foi o maior percentual negativo desde julho de 2021.

As negociações observadas pelo Dieese que ficaram igual ao índice inflacionário respondem por 32,1%. Já os que obtiveram ganho real na data-base de maio são apenas 13,4%.

Ano – De janeiro a maio, os reajustes que perderam para o INPC representam 44,7% no acumulado. Iguais, 32,9% e os que ficaram acima da inflação foram 22,4%.

Segundo Rodolfo Viana, economista do Dieese, a inflação é o que mais prejudica nas negociações. “De fato dificulta a recomposição salarial dos trabalhadores. E, consequentemente, contribui para a queda do poder de compra da população”, explica.

Para o economista, as previsões para os próximos meses não são as mais animadoras. “Será um desafio conseguir acordos em que, pelo menos, o reajuste contemple a inflação passada. Para os próximos meses a tendência é manutenção da inflação em patamar elevado”, afirma Rodolfo.

Juros – Na última semana, o Banco Central aumentou a taxa básica de juros em 0,5%, deixando a Selic em 13,25%. Além disso, a Petrobras também reajustou a gasolina e o diesel. De acordo com Rodolfo Viana, essa condução econômica é errada. “Isso só vai deixar o custo do crédito mais caro, diminuir os investimentos e gerar menos postos de trabalho”, conclui.

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