Bolsonaro sobe. Esquerda retoma bandeira da renda

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A última pesquisa do Data Folha, feita entre os dias 11 e 12 de agosto, trouxe alegria ao presidente Jair Bolsonaro e dor de cabeça à oposição.

Os números, extraídos de enquete junto a 2.065 brasileiros, mostram: Aprovação – subiu de 32% para 37%; Reprovação caiu de 44% para 34%.

Boa parte dessa subida é atribuída ao Auxílio Emergencial de R$ 600,00 – que beneficia milhões de pobres. E também à fase “Jairzinho paz e amor”, durante qual o Presidente fala o menos possível as besteiras habituais.

PT – O Partido dos Trabalhadores vê Bolsonaro penetrar no eleitorado lulista, especialmente o de baixa renda. E a própria Folha de S. Paulo (domingo) registra a reação da sigla. Publica a Folha, na página A-4: “Partido lança campanha e slogan pra defender Lula e Dilma e propõe programa econômico e novo Bolsa Família Ampliado”.

LEIA – Análise do próprio Instituto Data Folha

Aprovação a Bolsonaro cresce e é a mais alta desde início de mandato

A aprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cresceu de 32% para 37% desde a segunda quinzena de junho e atingiu sua melhor taxa de ótimo ou bom desde o início do mandato nesta segunda semana de agosto. A reprovação, soma da avaliação ruim e péssima, teve recuo mais acentuado e caiu de 44% para 34% no mesmo período. A parcela que considera o governo Bolsonaro regular também cresceu, de 23% para 27%, e há ainda 1% que preferiu não opinar.

Desde o início da gestão Bolsonaro, suas taxas mais altas de aprovação haviam sigo registradas em abril de 2019, abril de 2020 e maio de 2020 – 33% nos três levantamentos.
Os resultados mais atuais fazem parte de pesquisa feita nos dias 11 e 12 de agosto, junto a 2065 brasileiros com 16 anos ou mais, em todas as regiões do país. Para evitar contato pessoal, as entrevistas foram feitas por telefone.

A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando o total da amostra.

A avaliação positiva do governo melhorou em quase todos os segmentos socioeconômicos e demográficos, com exceção dos mais velhos, faixa na qual houve oscilação de 33% para 34%, e da região Sul, que tinha o índice mais alto entre as regiões do país em maio (42%) e agora repetiu o resultado, sendo alcançado pelo Norte/Centro-Oeste (42%).

O presidente continua com taxa de reprovação mais alta entre as mulheres (39%) do que entre os homens (29%), na parcela dos jovens de 16 a 24 anos (41%), entre os brasileiros com grau de escolaridade superior (47%) e nas faixas de renda mais altas (40% na faixa de 5 a 10 salários, e 47% entre os que têm renda acima de 10 salários).

Em todos esses segmentos, porém, houve recuo na reprovação ao governo Bolsonaro em alguma medida. Essa queda na avaliação negativa ocorreu com mais intensidade na região Nordeste, onde o índice de ruim ou péssimo caiu 17 pontos (de 52% para 35%). Também houve queda acentuada, de 13 pontos, entre os mais pobres (de 44% para 31%), na parcela menos escolarizada (de 40% para 27%) e entre os mais jovens (de 54% para 41%), embora esse último continue sendo o grupo etário que mais rejeita a gestão do atual presidente.

Com queda de oito pontos, a reprovação ao governo Bolsonaro nas regiões metropolitanas passou de 49% para 41%, e continua mais alta do que nas cidades do interior, onde o recuo da avaliação negativa foi de 12 pontos (de 41% para 29%).

Entre os brasileiros que dizem estar vivendo normalmente durante a pandemia, sem mudar nada na rotina, 53% aprovam o governo Bolsonaro, e 21%, reprovam. Na parcela que está tomando cuidado, mas ainda assim saindo de casa para trabalhar e fazer outras atividades, a aprovação fica em 42%, e a reprovação, em 30%. Tendência inversa é verificada entre aqueles que estão saindo de casa somente quando inevitável, com reprovação superior à aprovação (41% a 30%). Entre aqueles que estão totalmente isolados, as taxas de reprovação (31%) e aprovação (34%) são similares.

Desses quatro grupos de comportamento em relação à pandemia, os dois primeiros, que tendem a dar maior apoio ao presidente, cresceram entre junho e agosto – de 3% para 6% o de pessoas que estão vivendo normalmente, e de 34% para 44% o de pessoas que estão tomando cuidado, porém saindo de casa. A maior queda, de 51% para 43%, foi registrada justamente no grupo que está saindo somente quando é inevitável, formado por pessoas que tendem a reprovar em maior grau o governo do atual presidente. A parcela que está totalmente isolada oscilou de 9% para 8%.

A parcela de brasileiros que nunca confia nas declarações do presidente Jair Bolsonaro caiu de 46% para 41% desde a segunda quinzena de junho, enquanto a fatia dos que nele sempre confinam oscilou de 20% para 22%. Há ainda 35% que às vezes confiam no presidente, ante 32% no levantamento anterior sobre o tema, e 2% que preferiram não responder.
Entre aqueles que aprovam o governo Bolsonaro, 55% sempre confiam nas palavras do presidente, 39% às vezes confiam, e 5% nunca confiam. No segmento dos que consideram a gestão regular, 5% sempre confiam, 56% às vezes confiam, e 35% nunca confiam. Entre quem o reprova, 15% às vezes confiam nas palavras de Bolsonaro, e 85% nunca confiam.

Sem máscara, Bolsonaro cumprimenta apoiadores em São Raimundo Nonato (PI). Foto: Alan Santos