O Dieese realiza todos os meses a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Com base nos valores apurados, a entidade calcula quanto deveria ser o salário mínimo no Brasil, considerando o sustento de uma família de quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças. Em outubro, o Piso deveria ter sido R$ 5.886,50.

O valor indicado pelo Dieese representa 5,35 vezes mais do que o salário mínimo vigente. Esse valor foi calculado com base na cesta básica mais cara entre as 17 capitais pesquisadas, que foi em Florianópolis (R$ 700,69).

Alta – Em outubro, o valor da cesta disparou em 16 capitais. Após a de Florianópolis, as mais caras foram registradas em São Paulo (R$ 693,79), Porto Alegre (R$ 691,08) e Rio de Janeiro (R$ 673,85).

Entre outubro de 2020 e outubro de 2021, os alimentos básicos subiram em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os maiores percentuais foram observados em Brasília (31,65%), Campo Grande (25,62%) e Curitiba (22,79%).

De acordo com Fausto Augusto Junior, diretor-técnico do Dieese, a cesta básica aumenta conforme se acelera a inflação, turbinada principalmente pelo preço dos alimentos, combustíveis e energia elétrica. “No caso dos alimentos, dois fatores elevam o preço: a seca, que afeta produtos como o feijão; e o câmbio, que puxa os alimentos referenciados pelo dólar, como soja, farinha de trigo”, explica Fausto.

Mínimo – O salário mínimo ideal, pelos cálculos do Dieese, também subiu. Em setembro, o valor necessário era de R$ 5.657,66. Agora, é de R$ 5.886,50. O tempo de trabalho gasto pra adquirir os produtos da cesta básica também subiu. Em setembro era preciso trabalhar 115 horas e 2 minutos por mês. Agora, é preciso 118 horas e 45 minutos.

Além disso, o trabalhador comprometeu 58,35% do salário mínimo vigente pra adquirir os produtos da cesta básica. Para Fausto, isso acaba influenciando também na inadimplência. “Você precisa de mais renda pra consumir aqui que não faz parte de alimentos e acaba se endividando com outras contas”, afirma.

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