O caso escancarado na CPI, sobre a Prevent Senior, ainda em investigação, não nos autoriza a conclusões. Mas acende o sinal vermelho.
A Prevent Senior pode ter feito tudo aquilo. Pode ter feito menos. Pode ter feito mais. Pode ter feito muito mais. E pode ter feito o que todas elas fazem.
O que se conclui, e a CPI apenas traz à luz do sol, é que saúde e negócios são objeto de natureza oposta. E conflitante.
Por saber disso, os Constituintes de 1988 criaram o Sistema Único de Saúde. Observe: Único.
Mas o capitalismo e seus operadores foram dando um jeito de massacrar o SUS, torná-lo vilão da saúde e símbolo máximo da ineficiência do Estado.
Como o SUS não publica anúncios na mídia, não patrocina campeonato de futebol, não banca escola de samba, a imprensa seguiu no seu espancamento e, por outro lado, na divulgação maciça dos planos. De qualquer um, desde que houvesse dinheiro no meio.
Certa feita, um médico com eme maiúsculo me contava sobre uma luxuosa instituição médica. À época, cobrava R$ 300 mil um transplante de fígado.
Ocorre que todo transplante é o Sistema Único de Saúde que paga, assim como todo tratamento oncológico, dizia o doutor. Pois bem, o notável prostíbulo cobrava duplamente: do Sistema e da família.
Portanto, devemos exigir da CPI apuração rigorosa do caso Prevent. Mas não basta. A sociedade precisa debater a saúde pública e decidir se quer um Sistema eficiente e universal ou gastar o que não tem para custear cirurgias e procedimentos caros.
Ou seja, se quer a assistência pelo Estado ou a proteção do PCC, que é, convenhamos, uma criação do capitalismo subdesenvolvido.
Por fim: Nenhum plano de saúde resiste a 15 minutos de investigação. Já a investigação do capitalismo requer um tempo maior. Porém, a conclusão será semelhante.
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Jornalista, coordenador da Agência Sindical.
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