Dia 15 de maio, aniversariou o Partido Trabalhista Brasileiro. Fundado em 1945, sob comando de Getúlio Vargas, o PTB foi o mais consistente partido de massas até sua cassação pela ditadura de 1964.
O nascimento do partido decorreu da urbanização que se acelerava e do surgimento do proletariado industrial. O partido se apoiava em dois pilares: o trabalho e o nacionalismo.
Num País escravagista, Getúlio, com alguns dos melhores revolucionários de 30, teve a coragem de colocar o trabalho no centro do projeto político. O nacionalismo do trabalhismo era o amálgama capaz de unir a Nação acima dos conflitos típicos da sociedade de classes. Só a criação da Rádio Nacional, como instrumento de difusão da cultura e da nacionalidade, mereceria teses, estudos e livros (muitos).
As bases do trabalhismo, de certo modo, já estavam desenhadas no Programa de 17 pontos da Aliança Liberal.
Item 3: Difusão intensiva do ensino público, principalmente técnico e profissional, estabelecendo, para isso, um sistema de estímulo e colaboração direta com os Estados.
Para ambas as finalidades, justificar-se-ia a criação de um Ministério da Instrução e da Saúde Pública.
Item 15: Instituir o Ministério do Trabalho, destinado a superintender a questão social, o amparo e a defesa do operariado urbano e rural.
Em 1979, na Capital portuguesa, somaram-se trabalhistas e nacionalistas (e exilados de outras correntes), pra lançar a Carta de Lisboa.
O documento firmaria as bases do PTB pós-anistia, sob liderança de Brizola.
O projeto foi a pique por força da ditatorial e da manobra, comandada pelo general Golbery, que sujou a sigla, entregando seu comando à quinta-coluna Ivete Vargas.
Hoje, o velho e necessário PTB é comandado por Roberto Jeferson, o que dispensa comentários.
O futuro do Brasil está em seu passado, no resgate das teses nacionalistas e trabalhistas. Sem isso, ou seja, sem a unidade em torno do trabalho, até teremos governos eventualmente progressistas. Mas incapazes de vertebrar um projeto que mobilize a Nação e construa a nossa soberania – que é o temor dos USA e da classe dominante local, que vende, aluga, leiloa e loteia os interesses nacionais.
Quadros – O trabalhismo gerou Getúlio, Jango, Brizola e Darcy Ribeiro. Ou seja, os melhores quadros da política nacional, o que só tem paralelo na qualidade dos dirigentes do velho PCB.
Jornalista, coordenador da Agência Sindical.
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