A prática mundial mostra que a precipitação na retomada das atividades, paralisadas pela pandemia da Covid-19, tem resultado em queda de credibilidade, desafiando a opinião pública a debater se é necessário ou se é o desespero de determinados empresários em buscar avaliações se o seu negócio foi abalado ou não pela crise gerada.
Foi assim com todos os ramos de atividade, com exceção dos que, pelas suas funções específicas de sobrevivência humana, se mantiveram ativos, mesmo que muitas vezes em situações precárias, por serem de vital importância.
A polêmica atual é a retomada das aulas presenciais.
Ficou muito claro que o ensino público no Brasil está defasado com o ensino privado e as dificuldades nas aulas “on line” escancararam ainda mais a sua capacidade de gerir novidades, pra superar a crise pandêmica.
Muito embora o governador do Estado mais rico do País tenha determinado o início das aulas pra esta semana, alegando todo tipo de conceitos psicopedagógicos, poucos municípios se arriscaram a atendê-lo.
Nem mesmo os recuos de Coreia, França, Estados Unidos, Itália, Israel, Reino Unido, entre outros que reabriram suas escolas, imediatamente tiveram que mudar de ideia, dada a contaminação ocorrida, mesmo com os protocolos mais rigorosos.
A pressão é grande. Mas o bom senso impõe a necessidade de mais paciência com quem hoje age como fantasma, destruindo sonhos materiais, que são menos importantes que nossos filhos e pessoas de risco, que com eles se relacionam.
A saudade faz com que as regras nos protocolos sejam letra morta. O calor humano sugere o abraço e a aproximação.
Se o dano maior, de termos um 2020 que não acrescentou muito no aprendizado geral dos estudantes, preferível que a retomada de uma nova onda de contaminação.
Os que optam pelo desespero poderão convencer da necessidade, mas terão que assumir o ônus da perda, por atos inconsequentes de um desespero desnecessário. A vida é mais importante que o equilíbrio de um negócio.