A tarifa de 50% sobre os produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos provoca duplo sentimento na Engenharia e no setor produtivo. O primeiro, de repúdio à intervenção trumpista nos negócios do Brasil. O outro, temor de que cadeias produtivas, setores ou empresas possam ser afetadas.45
A Agência Sindical ouviu Murilo Pinheiro, presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo e da Federação Nacional da categoria.
Para o dirigente, “é natural que haja temor dos profissionais quanto a futuros impactos negativos”. Mas, ele diz, “não podemos ficar paralisados diante disso; temos que unir forças e reagir”, juntando o profissionais do setor, as empresas produtivas e o governo.
Murilo Pinheiro, com larga experiência em negociações coletivas, seja com empresas, seja com órgãos do governo, não descarta negociações entre os dois países. Ele diz: “Sem abrir mão da autonomia nacional, acredito na força da negociação. Nesse sentido, foi um acerto de Lula deslocar o vice Geraldo Alckmin para ouvir setores que podem ser afetados e buscar, junto ao empresariado, saídas por segmento ou mesmo por empresa”. Embraer e montadores de veículos se enquadram nesses casos.
Ainda que Donald Trump insista na taxação, Murilo Pinheiro revela cautela, mas não está pessimista. O Brasil tem aberto novos mercados, não apenas por causa da nossa participação no Brics.
O dirigente dos engenheiros paulistas, cuja ação se apoia no mote “Engenharia Unida”, investe na mobilização e debates com as bases. Para as próximas semanas, serão realizados cinco Seminários. Um dos quais tendo por base a NIB – Nova Indústria Brasil.
Ensino – Murilo Pinheiro defende a boa formação dos Engenheiros, tendo em vista o fato de que, atualmente, apenas 40% das aulas exigem a presença do aluno. A formação profissional e o aperfeiçoamento continuado são preocupações permanentes do Sindicato e da Federação Nacional.




