Os trabalhadores da RedeTV decidiram, em assembleia segunda (30), entrar em greve por tempo indeterminado. A ação, conduzida pelo Sindicato dos Radialistas de SP, é uma resposta à intransigência da empresa, que se recusa a negociar reajuste salarial.
O Sindicato informa que os funcionários estão desde 2017 sem repor as perdas da inflação. Para piorar a situação, em 2020, em decorrência da pandemia da Covid-19, a rede de televisão ainda reduziu em 25% os salários por meio do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.
Apesar disso, a RedeTV fechou contratos milionários com diversas empresas, além de transmitir os sorteios de prêmios da loteria federal. “Tem ainda os merchants e os horários vendidos a igrejas neopentecostais”, afirma o Sindicato dos Jornalistas do Estado de SP, em Nota.
Os Jornalistas denunciam também que a empresa é a única, dentre as médias e maiores redes do Brasil, que não reajusta salários dos radialistas desde 2017 e ainda pratica vencimentos menores até que o de emissoras do interior do Estado de SP.
“Um operador de câmera na RedeTV! recebe em média um salário base de R$ 2.000. Nas outras emissoras, a média é de R$ 3.200. Ou seja, o salário pago é em média 62% menor que nas outras emissoras”, diz o documento do Sindicato dos Jornalistas.
A entidade representativa dos radialistas afirma que as perdas salariais dos trabalhadores são de 18,72%. “Se considerar o retroativo chega a 354%”, diz o Sindicato dos Radialistas em Nota.
Eles alegam também que a emissora paga o pior salário do mercado. “Sem reajuste, com perda do poder de compra, só restou aos trabalhadores da RedeTV! cruzarem os braços, para que a direção da empresa negocie o reajuste dos salários, as cláusulas econômicas e o pagamento do Programa de Participação dos Resultados. São quatro anos sem nenhuma consideração”, conclui o documento dos Radialistas.
Mais – Acesse o site do Sindicato dos Jornalistas e do Sindicato dos Radialistas.
