Em julgamento nesta segunda (18), o relator do dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Alexandre Agra Belmonte, fixou o reajuste salarial aos trabalhadores dos Correios em 9,75%. Porém, o ministro Ives Gandra Filho anunciou divergência parcial e pediu vista ao processo. Desta forma, os funcionários da empresa seguem sem Acordo.
Este índice, apesar de estar abaixo do INPC acumulado dos 12 meses da data-base (1º de agosto), seria aplicado nos salários e nos vales alimentação e refeição.
O representante jurídico da Federação Nacional dos Trabalhadores nos Correios (Fentect), Alexandre Lindoso, afirma que a empresa é intransigente nas negociações com os sindicalistas. Segundo ele, essa postura patronal é adotada desde 2019. Em 2020, em outro julgamento de dissídio coletivo, o TST excluiu a maior parte das cláusulas do Acordo Coletivo.
Os funcionários da estatal afirmam que, desde 2017, o discurso empresarial é o mesmo: de que os Correios passam por dificuldades financeiras. Apesar disso, os lucros são exorbitantes. Em 2020, o lucro foi de R$ 1,5 bilhão. Neste ano, apenas no primeiro semestre, já foram pouco mais de R$ 808 milhões.
Em Nota, o Sindicato de São Paulo (Sintect-SP) diz que fará um informe jurídico sobre as pautas para que sejam analisadas na prática o que mudou nas pendências do dissídio anterior.
Elias Cesário (Diviza), presidente do Sintect-SP, afirma que a luta pelos direitos e reajuste continua. “Reafirmamos nosso compromisso de buscar negociar e trazer o melhor pra categoria”, conta o dirigente.
Processo – Com a suspensão do processo de dissídio coletivo dos Correios, a pauta será retomada na próxima sessão, marcada para novembro, sem data fixa para ocorrer.
MAIS – Fentect e Sintect-SP.