Não sei se o chamo de estratégico ou de tático, mas existe um tripé que organiza as atividades estritamente sindicais na conjuntura atual.
O primeiro pilar é a luta pela antecipação das negociações coletivas, principalmente daquelas categorias que têm datas-bases mais para o fim do ano. Aquelas que as têm por agora devem intensificar as campanhas para conquista de fortes reajustes reais de salários.
O fundamento destas exigências é o descolamento evidente entre o índice de inflação aplicado anteriormente nas convenções e acordos e a aceleração da carestia, nos alimentos e combustíveis.
O segundo pilar é a associação destas campanhas de antecipação e de ganhos reais com a solidariedade classista e popular aos que passam fome ou amargam dificuldades.
Uma grande iniciativa foi tomada pelo sindicato dos metalúrgicos da Grande Curitiba que transformou o fundo de greve em fundo de solidariedade, disponibilizando para o ex-metalúrgicos desempregados a mais de seis meses uma ajuda mensal até o fim do ano. Consolidado o cadastro o auxílio poderá ser estendido aos familiares, parentes, vizinhos e colegas, dando à iniciativa um cunho popular.
O terceiro pilar é consequência da correta posição assumida pela maioria das centrais sindicais a respeito da PEC emergencial aprovada pelo Senado por iniciativa do governo. Mesmo sendo atrasada, demagógica e eleitoreira, as direções sindicais a consideram necessária porque alivia a situação de milhões de brasileiros e brasileiras.
Portanto, a posição sindical que deve orientar as ações dos trabalhadores passa a ser, além da denúncia daquelas características negativas, a exigência de mais benefícios, maior ampliação dos contemplados, maior prazo de duração e outras medidas capaz de enfrentar consequentemente a alta dos preços.
Antecipação das negociações e ganhos reais, solidariedade classista e popular e exigência do “quero mais” eis o tripé, tático ou estratégico, que na vigência da pauta da CONCLAT sintetiza as ações estritamente sindicais na conjuntura atual.
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