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segunda-feira, 21/04/2025

Viva Brizola. Gigante patriota!

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A Agência reproduz texto publicado hoje pela Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp), presidida por Celso Napolitano. A entidade destaca várias marcas do líder trabalhista, com ênfase em seu compromisso com a Educação, especialmente a construção de escolas, para todos os níveis educacionais. O texto também destaca a coragem cívica e política do homem que foi governador, eleito, por três vezes, em dois Estados diferentes. Primeiro, o Rio Grande do Sul; depois, em duas ocasiões, o Rio de Janeiro.

A NOTA

Esta quarta, 22, marca o nascimento de Leonel Brizola. Nacionalista, trabalhista, anti-imperialista, Brizola se destaca por vários feitos e realizações.

Basta dizer que é reconhecido como o governante que mais construiu escolas na história. Quando governou o Rio Grande do Sul, de 1959 a 1963, entregou à população 6.302 estabelecimentos de ensino, dos quais 5.902 escolas Primárias, 278 escolas Técnicas e 131 Ginásios, Colégios e escolas Normais. Abriu 688.209 novas matrículas e admitiu 42.153 professores.

Em 1961, ainda governador no RS, Leonel Brizola comandou o grande movimento popular denominado “Legalidade”, a fim de garantir a posse do vice, João Goulart, devido à renúncia do Presidente Jânio Quadros. Destemido, o jovem governador entrincheirou-se no Palácio, distribuiu armas à população e levou multidões às ruas, derrotando a elite reacionária e os militares golpistas.

No Rio de Janeiro, em seu primeiro governo, iniciado em 1982, Brizola destinou 54% do orçamento do Estado à Educação, incluída aí “a fábrica de escolas”, idealizada por Darcy Ribeiro, com Oscar Niemeyer e o engenheiro José Carlos Sussekind. Construiu cerca de 500 Cieps, inspirados em modelos europeus e também cubano. Seu lema era: “Direitos iguais para todos. Privilégios só para as crianças!”

De origem paupérrima, órfão de pai ainda criança, Leonel de Moura Brizola trabalhou como engraxate, empregado doméstico, carregador de malas, ascensorista, zelador de praças públicas e metalúrgico. Estudou com enormes dificuldades até se formar Engenheiro Civil. Daí seu costume de sempre portar no bolso uma lapiseira.

Temido pela ditadura e vigiado de perto pela CIA, Brizola sonhava em voltar do exílio e retomar o PTB – Partido onde pontificaram, entre outros, Getúlio Vargas, João Goulart, Almino Afonso e Darcy Ribeiro. Em 1989, candidatou-se a Presidente da República, ficando em terceiro lugar. Concorreu pelo PDT, pois o PTB lhe fora tirado pelo general Golbery e dado a Ivete Vargas.

No sindicalismo, foi defensor da unicidade. Frente à questão racial, inovou no PDT ao garantir cota na direção para os afrodescendentes, tendo aliados da estatura de Abdias do Nascimento e outros. No plano político, foi dirigente da Internacional Socialista, ao lado de Nelson Mandela, Mitterrand, Mário Soares e outras personalidades. Nos últimos anos, fez aliança com Luiz Carlos Prestes, então o vulto mundial da esquerda brasileira.

Ao ensejo desta data, saudamos uma das maiores figuras políticas da história nacional, o destacado nacionalista, o trabalhista sincero, o realizador incansável, o patriota que não se vergou jamais. Brizola vive!

SP, 22 de janeiro de 2025.

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