Bancários de todo o Brasil terão reajuste salarial de 10,97% a partir de 1º de setembro. A conquista foi garantida em acordo nacional firmado no ano passado. O acordo repõe a inflação pelo INPC – 10,47% – mais 0,5% de real.

Esse índice se aplica ao vale-refeição e ao alimentação. O VR por dia é de R$ 41,92. Já o VA mensal chega a R$ 726,71 – no caso do VA, o bancário recebe uma 13ª parcela. A Participação nos Lucros e/ou Resultados também será reajustada em 10,97%.

Para Juvandia Moreira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (CUT), a soma dos reajustes da categoria impacta a economia. “Ajuda mercados, bares, restaurantes e todo o setor do comércio, o que também colabora na preservação de empregos”, ela afirma. “Seremos uma das poucas categorias a comemorar aumento real. No caso dos trabalhadores em bancos públicos, talvez sejam os únicos, entre as empresas públicas, com aumento acima da inflação”, observa a dirigente.

O acordo coletivo injetará cerca de R$ 16 bilhões na economia, nos próximos 12 meses. Gustavo Cavarza, economista responsável pela subseção do Dieese na Contraf-CUT, informa que, pra chegar a esse resultado, são somados os acréscimos trazidos pelos aumentos reais nos salários, nos tíquetes e os ganhos gerais com a Participação. “A lógica desse cálculo, ele explica, é mostrar o impacto de uma boa Convenção Coletiva”.

Reflexos – O acordo dos bancários poderá auxiliar outras categorias em suas campanhas. Cavarza diz: “Tem sido um ano muito difícil. Inflação alta, recessão, desemprego elevado. Apenas 17% das negociações coletivas obtiveram ganho real entre janeiro e julho. Mas um acordo vitorioso como o dos bancários vira referência pra outras”.

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