A CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins) e a Contac-CUT (Confederação Brasileira dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação) assinaram um Acordo Coletivo de âmbito nacional com a BRF, para a proteção da saúde do trabalhador em tempos de Covid-19. O documento vale até o final do ano, trazendo fortes compromissos da empresa com o controle sanitário, e medidas de prevenção.
“É uma conquista de âmbito nacional, que pode salvar milhares de vidas”, analisou o presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo. Atuando em um setor essencial, a gigante brasileira da proteína animal segue produzindo em tempos de pandemia, inclusive anunciando a contratação de trabalhadores. As contaminações, no entanto, preocupam a empresa e suas numerosas linhas de produção.
Pelo texto do Acordo, a apresentação das licenças médicas não será obrigatória, para liberar trabalhadores com sintomas da Covid-19 das atividades. Além disso, a empresa assume o compromisso de reduzir drasticamente a ocupação das fábricas, liberando os empregados pertencentes a grupos de risco, e aqueles que podem atuar em home office.
“Trabalhadores impossibilitados de comparecer, devido à suspensão das aulas dos filhos, terão as férias antecipadas. De modo geral, o sistema de antecipação de férias ou o Banco de Horas servirão para que o maior número de empregados possa ficar em casa neste período”, continuou o sindicalista. O transporte dos trabalhadores, o funcionamento do refeitório – tudo será programado para reduzir as aglomerações.
Serão criados comitês de acompanhamento das medidas sanitárias em cada empresa, compostos de representantes da BRF, dos trabalhadores e dos sindicatos. Além disso, serão realizados treinamentos sobre procedimentos de prevenção, e oferecido aos trabalhadores os serviços de telemedicina, com foco nos sintomas e no combate do Coronavírus.
“São quase 100 mil trabalhadores na BRF. Isso sem contar os familiares destes trabalhadores, expostos diariamente aos efeitos da pandemia. Estamos exercendo nossa função pública, ao acordar estas medidas”, finalizou Artur Bueno de Camargo.