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sábado, 7/09/2024

Estratégia bolsonarista para prejudicar os trabalhadores

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Depois da Reforma Trabalhista, no governo Temer, que teve o apoio de Bolsonaro, acompanhamos de perto a precarização do trabalho no Brasil.

Depois, com o governo que assumiu, vimos o nível de desemprego chegar a patamares nunca alcançados – com medidas provisórias, projetos de lei, o fim de normas regulamentadoras, a terceirização da atividade-fim, o fim do aumento real no salário mínimo, enfim, uma série de ações que mostraram claramente que este governo não é a favor dos trabalhadores, e, sim, a favor do capital.

Em declínio e com uma eleição chegando, como Bolsonaro se posicionou para continuar com seu plano de sucateamento da mão de obra no Brasil, com suas metas de devastação das divisas nacionais? Colocou suas energias para eleger uma série de ministros, apoiadores e asseclas para o Senado e a Câmara Federal.

Agora, com esses subordinados no Congresso, pode continuar com sua sanha destrutiva. O mais impressionante é que esses bolsonaristas tenham sido eleitos pelo voto do povo, que parece ter se esquecido de quem são, do que fizeram e como se comportaram – essas verdadeiras marionetes do presidente.

Liderando a pasta que teve mais cortes de verbas e investimentos neste governo, o “astronauta” Marcos Pontes foi eleito senador por São Paulo com mais de 50% dos votos válidos! Como é possível? Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos também é senadora agora, pelo DF. Sua pasta teve um corte de 90% nas verbas para programas e acolhimento e proteção à mulher vítima de violência: como pode uma única mulher ter votado nessa senhora?

Ricardo Salles (ex-Meio Ambiente) e Tereza Cristina (ex-Agricultura), eleitos para deputado federal por SP e senadora pelo MS, são a dupla da destruição dos biomas. Ele, o que disse que o governo devia passar a boiada da devastação da Amazônia aproveitando a pandemia; ela, esteve à frente da liberação de agrotóxicos ultra-nocivos à saúde e ao meio ambiente. Como podem ter sido eleitos?

E não para por aí. Tivemos Pazzuelo, o ministro da Saúde que não conhecia o SUS, rejeitou vacinas, foi exposto na CPI da Covid como articulador de vacinas superfaturadas e, ainda assim, foi eleito deputado federal mais votado no RJ! Rogério Marinho, grande articulador da Reforma Trabalhista e de todas as artimanhas que prejudicaram ainda mais os trabalhadores foi, inacreditavelmente, eleito senador pelo RN. Será que os eleitores não pensam nesse tipo de coisa?

Apenas exemplos entre vários outros eleitos com relação com este governo e que contribuíram para o estado das coisas que vemos…

Não consigo entender se quem votou em Bolsonaro ou nesses candidatos apoia esse governo. Será que se esqueceram que foi esse governo que fez todo aquele papelão durante a pandemia, atrasou a compra de vacinas e desestimulou a vacinação, fez propaganda de medicamentos ineficazes, zombou do sofrimento das pessoas, sendo responsável, com esse comportamento, pela morte de mais de 300 mil brasileiros dentre os quase 700 mil mortos pela Covid 19? E os famintos? Não passou pela cabeça dos eleitores que esse foi o governo com a menor distribuição de renda dos tempos recentes no país, gerando 33 milhões de pessoas passando fome? Para mim, é inexplicável – tanto a alta votação de Bolsonaro, como a eleição de seus ex-ministros e seguidores fiéis.

Agora, é aumentar a vigilância, abraçar as representações sindicais e votar corretamente para presidente no dia 30 de outubro, torcendo para que, com esse quadro de bolsonaristas no Congresso Nacional, o presidente Lula consiga governar pelos mais necessitados.

Artur Bueno de Camargo – presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins CNTA Afins

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