Metalúrtgicos de São Bernardo do Campo (SP) aprovaram terça, 15, a proposta apresentada pela Volkswagen.
O acordo garante estabilidade no emprego de cinco anos, inclui abertura de um Programa de Demissão Voluntária, com a concessão de até 20 salários adicionais, e altera itens do acordo anterior em relação a remuneração e benefícios.
Essa foi a solução encontrada pelas partes para solucionar o problema do excedente de 35% dos 15 mil funcionários nas plantas, ou seja, 5 mil trabalhadores. A proposta original da montadora era demissão em massa.
A negociação com a Volks levou cerca de três semanas e foi realizada em conjunto com os Sindicatos que representam os metalúrgicos nas plantas de São Bernardo, São Carlos e Taubaté, em São Paulo, e São José dos Pinhais, no Paraná.
Nesta quarta (16), devem sair os resultados das assembleias nas fábricas de Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR). A votação na fábrica de São Carlos (SP) está prevista para quinta (17).
A base do acordo é a mesma para todas as unidades, com algumas especificidades locais. Em São Bernardo e Taubaté, além das cláusulas do acordo coletivo, os sindicatos ainda acertaram algumas propostas relacionadas a possíveis novos produtos.
Uma das sugestões é garantir que um modelo produzido no ABC Paulista também possa ser feito no interior, mesmo sem estar utilizando a capacidade máxima em São Bernardo.
A contrapartida é que o volume de produção na primeira unidade deverá ser maior que na segunda.
Presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, destacou entre as conquistas do acordo a garantia no emprego por cinco anos.
“O acordo de longo prazo dá tranquilidade aos trabalhadores. Não foi fácil tirar da cabeça da fábrica a palavra ‘demissão’, defendemos a todo momento a garantia no emprego e, a partir daí, qual seria o custo disso para que os trabalhadores pudessem avaliar”, explicou.
Wagnão destacou que o processo de negociação se deu em meio a um cenário de incertezas. “A pandemia não é a responsável exclusiva pela crise, é uma agravante da crise que já vivemos há alguns anos. Avaliamos as condições com pé no chão, diante da previsão de produção muito abaixo da capacidade, e a nossa primeira estratégia desde o início da negociação foi a garantia de proteção ao emprego”, afirmou.