A Economia não combate a carestia com soluções milagrosas como antecipação de 13º salário ou empréstimo do próprio Fundo de Garantia.
Como dizer que o País líder em exportação de commodities alimentares vive forte crise inflacionária, principalmente em razão dos alimentos?
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Será que a fome é o principal marco pra se definir a escassez? Ou o desemprego? Ou o subemprego pós-Reforma Trabalhista, que, além de não gerar empregos de qualidade, criou condições de precarização na relação emprego x salário?
Creio que quem melhor defina isso seja a mulher. A mãe que sempre teve dupla jornada de trabalho e arca com o planejamento e a compra dos víveres.
Sabe melhor que qualquer economista como fazer um tostão virar um milhão, se lhe derem oportunidade.
Numa lógica nem sempre convincente, sobe o dólar – sobem os preços dos alimentos. Sobem os combustíveis – sobem os alimentos.
Aumentam as chuvas – sobe o alimento.
Tem seca – sobem os alimentos. Entretanto, quando as quedas ocorrem, o equilíbrio nos preços não ocorre.
A cesta básica pelo Dieese para São Paulo é R$ 715,65, Rio R$ 697,37, Belo Horizonte R$ 642,01. Como ração mínima para dois adultos e duas crianças que se alimentem como um adulto.
É uma cesta apenas de alimentos (proteína animal, leite, arroz, farinha, batata, legumes, pão francês, café em pó, fruta da época, açúcar, óleo ou banha e manteiga).
Nada além de víveres, em proporções mínimas de sobrevivência.
A Economia não combate a carestia com soluções milagrosas como antecipação de 13º salário ou empréstimo do próprio Fundo de Garantia. Essas ações são a alegria do sistema financeiro e limita os sonhos futuros e, especialmente, os sonhos presentes.
Mãe, mulher, a saída é um investimento em empregos de qualidade com salários decentes. Dessa forma, a Economia combate a Carestia.
Mas tudo isso está longe de ser viabilizado.
Esse é o nosso Brasil de ontem, de hoje, mas o Brasil do amanhã pode ser diferente e depende de nós.
Professor Oswaldo Augusto de Barros
Presidente da NCST – FST – CNTEEC – FEPAAE
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