Está decidida pela categoria e vai começar à meia-noite do dia 29 (segunda) a greve dos aeronautas. Será nacional e deve mobilizar 15 mil profissionais do setor, ou seja, pilotos e comissários do transporte aéreo regular. A data-base é 1º de dezembro. As maiores empresas são Gol, Latam e Azul, que dominam 98% do mercado.
A Agência entrevistou Ondino Dutra Neto, comandante de Boeing 737, que preside o Sindicato (SNA), mantendo-se ativo na empresa da qual é funcionário. Ondino, aos 41 de idade, tem 20 anos de profissão.
Principais trechos:
Reivindicações – “A greve busca repor as perdas inflacionárias dos últimos 24 meses e também renovar, na íntegra, a Convenção Coletiva de Trabalho”. O Sindicato adota como índice o INPC.
Preparativos – “Nossa mobilização é grande, com forte engajamento da categoria. As assembleias da campanha reuniram seis mil participantes”.
Arrocho – “Fomos um dos setores mais impactados pela pandemia. O Sindicato firmou 139 Acordos Coletivos no período. A categoria cedeu com o objetivo de manter os empregos. Uma só empresa demitiu no período”.
Custo – “Nosso salário pesa 7% nos custos da empresa. A recomposição integral do INPC viria agregar apenas 1% a esse custo. O preço da passagem está caro, o que amplia os ganhos do setor”.
Mercado – “Vive uma fase de forte retomada. As empresas já superam o volume pré-pandemia. Por exemplo, a Gol se tornou a empresa aérea de capital aberto da AL com o menor passivo. A Azul obteve a maior liquidez total de sua história, R$ 8,2 bilhões – isso equivale quase à receita bruta de um ano inteiro. A Latam, segundo seu próprio presidente, atingiu a maior redução de custos de toda a sua história e o melhor nível de competitividade dos últimos 10 anos. A Latam projeta voar em 2022 mais do que fazia antes da pandemia”.
Preparação – “Quando se decide greve, a lei manda avisar a empresa com 72 horas de antecedência. Tivemos a cautela de avisar 90 horas antes. Portanto, é de conhecimento geral”.
50% – “Nossa mobilização está forte, mas demos ao setor a garantia de manter a operação pela metade do contingente”.
NOTA – Quinta, o Sindicato publicou Nota na Folha de S. Paulo e expôs as razões da paralisação – Clique e leia.
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