Se o ano novo começou com dificuldades de monta e antigos desafios, a alternativa ao mero desespero é enfrentá-los com racionalidade, seriedade e compromisso com o interesse público.
Se não bastassem a pandemia – que, após um período de trégua volta a preocupar com o avanço da contaminação pela variante Ômicron do novo coronavírus e a consequente multiplicação de casos – e a grave situação econômica nacional, começamos 2022 também às voltas com tragédias causadas pelas chuvas na Bahia e em Minas Gerais, que já provocaram dezenas de mortes e deixaram milhares de pessoas desabrigadas.
Se o ano novo começou com dificuldades de monta e antigos desafios, a alternativa ao mero desespero é enfrentá-los com racionalidade, seriedade e compromisso com o interesse público.
Neste momento em que continuam as fortes precipitações, assim como os riscos de alagamentos e desabamentos, inclusive de rompimentos de barragens, é fundamental garantir a segurança da população nos locais atingidos. Toda a ajuda possível deve ser disponibilizada de forma organizada para evitar que haja mais vítimas fatais dessa situação.
Se a necessidade premente de assistência social no cenário de pandemia, desemprego e miséria crescente já era evidente, há que se estender tais ações aos atingidos agora pelas chuvas e que, em muitos casos, perderam tudo o que tinham e precisam de apoio não só para se abrigar e se alimentar neste momento, mas para recomeçar suas vidas.
Seguimos ainda com a crise sanitária a ser superada. Dadas todas as evidências disponíveis, é urgente conseguirmos chegar aos 80% da população com o esquema vacinal completo, estimativa para se alcançar a imunização coletiva, o que não só protegerá um contingente maior, mas poderá conter a circulação do vírus, conforme ensinam os especialistas.
Já se perdeu tempo demais com discussões baseadas em palpites leigos e está mais do que na hora de se concentrar esforços para cumprir o que recomendam as instituições técnicas qualificadas. Enquanto isso, cabe à sociedade bom senso e responsabilidade. Ou seja, cumprir os protocolos de uso correto de máscara, manter distanciamento social e higienizar as mãos.
E, por fim, nos resta o imbróglio econômico que promete um ano extremamente difícil, como sempre atingindo mais gravemente quem tem menos. Também está claro que a política neoliberal aplicada até agora não obteve os resultados esperados; pelo contrário, chegou à dramática combinação de inflação elevada e recessão. Em que pese os efeitos da pandemia na atividade econômica, é urgente reverter essa situação com medidas que destravem o País, o que precisa partir do Estado.
O ano eleitoral é propício ao debate de modelos econômicos e programas de ação, mas é fato que o Brasil precisa de medidas urgentes para atravessar os próximos 12 meses sem ampliar o drama social que nos aflige. A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) segue defendendo a retomada das obras paralisadas como forma de gerar emprego e renda rapidamente, assim como prover a necessária infraestrutura urbana e de produção. Também segue na pauta a sugestão de introduzir nas administrações públicas a área de Engenharia de Manutenção para garantir segurança à população e boa gestão dos recursos públicos.
Apesar das gigantescas dificuldades, vamos todos trabalhar para que o ano novo seja o marco da melhoria das condições de vida para os brasileiros.
Murilo Pinheiro – Presidente do Sindicato dos Engenheiros.
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