17.5 C
São Paulo
quinta-feira, 12/12/2024

Ao pequeno empresário – Josinaldo Cabeça

Data:

Compartilhe:

Ao pequeno empresário | Nesta coluna, tenho falado com frequência do problema da carestia. Volto ao tema, porque muitos produtos estão subindo de preço, principalmente os alimentícios.

Um exemplo real disso é que, em média, o vale-refeição está dando apenas pra cobrir 13 dias.

Ora, o mês de julho tem 21 dias úteis. Se contarmos os sábados, serão 26 dias.

Mas o VR só dá pra 13. O que fazer?

Quem recebe vale-refeição é só uma parte da classe trabalhadora. A maioria, registrada em Carteira ou na informalidade, não tem esse benefício e precisa se virar, comendo pouco, comprando carcaça de frango ou simplesmente dividindo um prato com a família inteira.

Mas a carestia afeta só o trabalhador e o povo mais pobre? Não. Afeta o mercado interno e fragiliza o mercadinho, a quitanda, a venda, a loja e mesmo a pequena indústria.

De que modo? Com o aumento no preço dos insumos. Aquele mercadinho que colocava 100 quilos de arroz na prateleira toda semana não vai pode colocar mais essa quantidade. Aquele comércio popular que fazia encomendas à indústria vai reduzir o volume dos pedidos.

Ou seja, a carestia, além da fome dos mais pobres, enfraquece o setor produtivo. Não é só o cidadão que empobrece. A pequena empresa também fica mais pobre, demite e tem que arcar com aumentos de custos sem poder repassar tudo ao consumidor.

Outro dia, o ministro Paulo Guedes pediu a donos de supermercados que segurassem os preços. Ora, o preço final na prateleira está ligado a uma ampla cadeia econômica e de custos. Além do que o Guedes que pede “sacrifício” ao supermercado é o mesmo ministro que manda subir os juros. Ou seja, é um cretino!

O leitor poderá perguntar o que o Sindicato está fazendo. O sindicalismo faz o que pode. Por exemplo, aqui em Guarulhos, já fizemos atos contra a carestia, Natal sem Fome, campanhas do agasalho e outras.

Não existe mais uma lei que reponha as perdas da inflação. Assim, toda campanha salarial começa do zero. No final do ano, conseguimos reajuste de 11,08% pra todos e mais abono de 26%.

Mas a inflação já comeu boa parte.

Fechado o acordo, o Sindicato reforçou a busca do pagamento de PLR – Participação nos Lucros e/ou Resultados das empresas. Alguns poucos setores da indústria estão faturando, mas grande parte patina ou acumula perdas. Convenhamos, fica difícil “dividir o lucro” numa situação dessas.

O fato é que a atual política econômica está afundando o Brasil. Esse naufrágio atinge primeiro o porão, onde viajam os pobres. Mas a água vai subir até o convés. Você, pequeno empresário, se está pensando que vai se salvar, pode tirar o cavalo da chuva.

Não damos conselho a empresário. Mas o trabalhador, quando se aperta procura o Sindicato, busca o vereador, pressiona o deputado. Os senhores deveriam fazer o mesmo, principalmente ante Jair Bolsonaro e seus aliados.

Clique aqui e leia mais artigos de Josinaldo Cabeça.

Conteúdo Relacionado

Identitarismo e o capitalismo melhorado – Carolina Maria Ruy

Um novo esquerdismo juvenil ganhou força nos anos 1960, impulsionado por protestos pacifistas contra as guerras da Coreia e do Vietnã, e pelas campanhas...

O Brasil está no caminho certo – Clemente Ganz Lúcio

Nesta semana, o IBGE divulgou estatísticas importantíssimas que indicam que o Brasil segue uma trajetória de crescimento econômico, geração de empregos e redução da pobreza.A economia...

Dia de celebrar e valorizar o engenheiro – Murilo Pinheiro

Comemorada nesta quarta-feira (11/12), a data dedicada a homenagear a categoria é momento oportuno para a valorização desse profissional fundamental ao desenvolvimento e ao...

É preciso coibir a violência na PM – Paulo Viana “Paulão”

Idosa agredida alerta para necessidade de coibir a violência da PM. Reprodução redes sociaisTrês lamentáveis episódios envolvendo a polícia militar de São Paulo ocorridos...

Prosperidade fortalece luta por direitos – Eusébio Neto

Nada é simples na vida, especialmente no que diz respeito à obtenção de direitos. A história mostra que a evolução da humanidade demanda dedicação,...