Há muito, o Sistema Único de Saúde é vítima da falta de recursos e da insensibilidade de governos. Com o avanço dos casos do coronavírus, declarado como pandemia pela Organização Mundial da Saúde, o fortalecimento do SUS retoma o centro das atenções.
A necessidade de recursos para reforço ao sistema de saúde pública foi reconhecida pelo próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, quarta (11) no Congresso Nacional.
O governo Bolsonaro, que vinha aprofundando os ataques ao sistema público, pede agora suplementação orçamentária de R$ 5 bilhões pra combater a disseminação da Covid-19. Segundo o ministro da Saúde, a contaminação pode ganhar progressão geométrica; a situação é alarmante e o País tem que se preparar. Ele fez um apelo pedindo recursos e disse que o SUS pode não suportar toda a demanda.
Mandetta anuncia que a Agência Nacional de Saúde vai obrigar hospitais privados e planos de saúde a atender os pacientes e a lidar com os efeitos do coronavírus. Atualmente, os testes e cuidados com os pacientes não são cobertos pelos planos, já que os exames não estão no rol de procedimentos de cobertura obrigatória.
Orçamento – Para Gerson Salvador, diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), a falta de investimentos no SUS levou a saúde pública à beira do caos, inclusive com a volta de doenças já erradicadas. Ele diz: “Agora, durante a crise relacionada à pandemia do coronavírus, fica mais claro que oferecer saúde custa caro. Mas não oferecer custa mais caro ainda, no que diz respeito aos impactos na economia e na saúde das pessoas”.
Centrais – O movimento sindical também pede empenho dos Poderes no enfrentamento da crise. Após reunião quinta (12), no Dieese, dez Centrais divulgaram Nota cobrando “a abertura de discussão sobre medidas emergenciais para a proteção de todos os trabalhadores, formais e informais, e de seus emprego e renda”. O documento reforça “a importância do fortalecimento da saúde e dos serviços públicos, e de seus trabalhadores”, fundamentais “para a mitigação dos riscos e o controle da doença”. Clique e leia a Nota pública das Centrais Sindicais
Os sindicalistas entendem, também, ser necessário que as discussões de medidas em curso no Congresso e no Judiciário, que atacam direitos trabalhistas e sindicais, sejam suspensas. As Centrais voltam a se reunir segunda (16). Elas tratarão também do protesto dia 18, em defesa dos Serviços Públicos e de direitos dos Servidores.