O salário mínimo no Brasil perdeu o poder de compra pela primeira vez, desde a implementação do Plano Real, em 1994. Isso significa que o presidente da República, Jair Bolsonaro, e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, deixarão o Piso nacional valendo menos do que quando assumiram, em janeiro de 2019.
Segundo informações do jornal O Globo, desde a implantação do Plano Real, todos os presidentes do Brasil conseguiram reajustar o salário mínimo superando a inflação. Nenhum deles entregou um Piso que tivesse perdido o poder de compra.
Já o presidente Bolsonaro contraria todas as estatísticas. Segundo cálculos da corretora Tullet Prebon Brasil, o País terá uma perda de 1,7% no poder de compra do mínimo até o final do ano. Essa baixa pode ser maior caso a inflação acelere mais do que o previsto pelo mercado, no Boletim Focus, do Banco Central. Esse boletim é usado como base das projeções da corretora.
De acordo com o relatório da Tullet Prebon Brasil, a perda está relacionada ao ajuste fiscal que mostra o impacto de reajustes no Piso em uma gama de outras despesas da União. Essa porcentagem significa queda no salário mínimo de R$ 1.213,84 para R$ 1.193,37, entre dezembro de 2018 e dezembro de 2022.
A avaliação da corretora é de que a reposição da inflação passada que o governo Bolsonaro promove não garante a preservação total do poder de compra do salário mínimo, ainda mais diante dos aumentos de preços cada vez maior e mais constantes de um ano para outro.
Ranking – O valor do salário mínimo brasileiro é o segundo pior no mundo. À frente do Brasil, apenas o México com o pior Piso no mundo. Esse levantamento foi feito pela plataforma CupomValido, que comparou os 35 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).