O Brasil é o país homenageado pelo Marché du Film, maior mercado de filmes do mundo. Evento integra o 78º Festival de Cannes, que começou terça (13) e vai até o dia 21. Participam mais de 400 profissionais do audiovisual brasileiro. Entre os objetivos está financiar e comercializar filmes em diferentes estágios de produção.
Sonia Santana, presidente do Sindcine – entidade que representa técnicos do setor nos Estados de SP, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e DF – espera que homenagem sirva como estímulo para regulação das plataformas de streaming no Brasil. “O cinema brasileiro só vai ser mais robusto quando houver uma contribuição decente por parte dessas empresas estrangeiras que ganham dinheiro com o audiovisual brasileiro”, explica.
Demanda da entidade é que os serviços de streaming (como Netflix, Amazon Prime e Apple+) passem a pagar a Condecine, taxa que destina recursos para o desenvolvimento da indústria cinematográfica nacional. Hoje, imposto é cobrado apenas de empresas nacionais, como emissoras de TV, rádios, operadoras e produtoras audiovisuais. “Precisamos aprovar esta mudança ainda este ano”, reforça Sonia.
Oscar – A dirigente entende que a homenagem em Cannes repercute bom momento do cinema brasileiro, que ganhou o inédito Oscar de Melhor Filme Internacional neste ano com Ainda Estou Aqui. “É um reconhecimento ao filme do Walter Salles e a toda a cinematografia brasileira. Temos dezenas de outros filmes ganhando prêmios em festivais internacionais nos últimos anos. Isso sem contar toda a rica história do nosso cinema”, destaca.
Um dos expoentes do Cinema Novo, Cacá Diegues, é tema do documentário “Para Vigo Me Voy”, de Lírio Ferreira e Karen Harley, exibido na mostra Cannes Classics. País também marca presença na disputa pela Palma de Ouro (prêmio principal), com “O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho (de “Aquarius” e “Bacurau”).
MAIS – Telefone (11) 5539.0955. Site – www.sindicine.com.br