Comunicado do Grupo Carrefour distribuído para a imprensa na sexta, 4, anunciou que a rede irá extinguir a terceirização dos serviços de segurança nas suas lojas. Decisão foi tomada a partir de comitê externo e independente criado para análise de medidas preventivas após a morte de João Alberto Silveira Freitas em 19 de novembro, em Porto Alegre (RS).
De acordo com o Carrefour, a internalização dos serviços de segurança será realizada de forma gradual, começando pelos quatro hipermercados instalados no Rio Grande do Sul.
“O processo de recrutamento e treinamento dos profissionais para as lojas contará com associação que reúne empreendedores negros da região de Porto Alegre. Todo o processo terá como foco a implementação de práticas antirracistas e de uma cultura de respeito aos direitos humanos”, diz a nota.
Segundo o Carrefour, a contratação dessas novas equipes está prevista para 14 de dezembro. Para o presidente da Confederação Nacional de Vigilantes e Prestadores de Serviços (CNTV), José Boaventura Santos, a situação tende a melhorar. “Apesar de atuar em 90% dos casos, a terceirização não tem afinidade com aquilo que as pessoas esperam. Funciona mais como mercado de gente, serviço de locação”, ele diz.
Racismo – O episódio de racismo ocorrido na véspera do Dia da Consciência Negra, com a morte de João Alberto, gerou revolta em todo o País. O sindicalismo e a sociedade pressionaram para que o grupo adotasse práticas antirracistas. Para Boaventura, é importante que se melhorem as políticas da questão racial, mas mais importante é definir a finalidade dessa segurança. “Continua sendo segurança pra proteger mercadorias ou será pra proteger pessoas?”, questiona o dirigente.
Treinamento – O presidente da CNTV afirma que é essencial que o treinamento dos profissionais seja feito de forma eficaz. Além disso, é preciso verificar o perfil psicológico desses trabalhadores. “Na preparação do vigilante, um dos itens fundamentais é a aptidão psicológica”, explica.
Armas – José Boaventura ainda diz que a Confederação dos Vigilantes defende o desarmamento há tempos. Ele completa: “Precisamos de uma redução da arma de fogo de forma gradual. No nosso entendimento, não conseguimos enxergar razão pra disparo de arma de fogo. O mais apropriado seria o uso de armas não letais, como gás de pimenta”.
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