As Centrais Sindicais emitiram Nota em repúdio à perseguição do coronel Ricardo Mello aos trabalhadores da Ceagesp. O Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimento do Estado de SP (Sindbast) corre o risco de perder a sede.
As entidades denunciam que essa é uma retaliação após denúncia contra o coronel nos Ministérios Públicos Estadual, Federal e do Trabalho por práticas antissindicais. “Recentemente temos travado batalhas praticamente diárias contra o autoritarismo do atual presidente da Ceagesp”, informa o documento.
Segundo o Sindicato da categoria, trabalhadores estão sendo obrigados a se demitir, inclusive sob coerção armada e violenta. “Clara afronta às normas aprovadas pela Organização Internacional do Trabalho”, prossegue a Nota.
Ainda de acordo com o documento, três trabalhadores, incluindo um dirigente sindical, foram acusados com provas forjadas de roubo de energia elétrica. “E já desmentidas, inclusive, com depoimentos na Polícia Civil”, afirmam os sindicalistas.
Ataque – O Sindbast informa que, desde sua fundação, em 1986, está sediado no mesmo local, onde inclusive foi construída a história da entidade, com biblioteca, auditório, sala de atendimento jurídico e outros serviços. “No dia 20, sexta, recebemos correspondência nos avisando que teríamos 15 dias pra deixar o local no qual o Sindicato está sediado há mais de 30 anos”, diz a Nota.
LEIA – Abaixo na íntegra. Subscrevem os presidentes das Centrais CUT, Força, UGT, CTB, CSB, NCST e representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
Nota em repúdio à perseguição do coronel Ricardo Mello aos trabalhadores da Ceagesp
O Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo – Sindbast, fundado em 1986, está sediado, desde sua criação na Av. Dr. Gastão Vidigal, 1946, prédio Edsed-I, sala 10. Desde então temos participado ativamente da vida pública, das pautas sociais e da prática da cidadania; angariamos parceiros e adversários políticos, como acontece com qualquer entidade que se proponha a agir politicamente e democraticamente.
No dia 20/08, sexta feita, recebemos uma correspondência da empresa nos avisando que teríamos 15 dias para deixar o local no qual o Sindicato está sediado há mais de 30 anos e onde construímos nossa história com biblioteca, auditório, sala de atendimento jurídico entre outros serviços que prestamos.
Trata-se de uma retaliação após denunciarmos o coronel Ricardo Mello aos Ministérios Públicos Estadual, Federal e do Trabalho por práticas antissindicais e de perseguição aos trabalhadores.
Recentemente, temos travado batalhas praticamente diárias contra o autoritarismo criminoso do coronel, atual presidente da Ceagesp. Citamos, por exemplo, a perseguição que trabalhadores da Ceagesp vêm sofrendo, sendo até obrigados a se demitirem – sob coerção armada e violenta – em clara afronta às normas aprovadas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como no caso de três trabalhadores, incluindo um dirigente sindical, que foram acusados com “provas” forjadas – de roubo de energia elétrica – e já desmentidas, inclusive com depoimentos na polícia civil.
É ostensiva a presença de policiais da ativa e reformados nas dependências da Ceagesp e o próprio presidente do Sindbast, Enilson Simões de Moura, foi ameaçado de morte (ocorrência com testemunhas e já registrada em Boletim de Ocorrência).
O Sindicato dos Carregadores, que também se localiza na Ceagesp, já foi invadido de maneira violenta e autoritária tendo o caso sido objeto de matéria detalhada no site da Revista Carta Capital.
Ressaltamos nossos agradecimentos ao apoio do deputado Ivan Valente que remeteu nossas denúncias à Comissão de Ética da Presidência da República e ao senador Alexandre Giordano que subscreveu nossa denúncia junto ao Ministério Público Federal.
Solicitamos o apoio de todas as entidades para que possamos manter nossas lutas em defesa dos trabalhadores e seus direitos, bem como pela democracia e cidadania.
São Paulo, 25 de agosto de 2021
Enilson Simões de Moura, Alemão, Presidente do Sindbast (Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento do Estado de São Paulo)
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
José Reginaldo Inácio, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Antonio Neto, Presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
João Paulo Rodrigues, representante do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra)