Na segunda (23), o Sindicato dos Comerciários de São Paulo realizou, na sede do Secretariado Nacional dos trabalhadores do comércio e dos serviços (Sentracos), o evento “Tecnologia e Trabalho Decente: Desafios e Oportunidades no Comércio”.
Presidente do Sindicato e da UGT – União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah fez abertura do evento, que teve como objetivo discutir as relações de trabalho no comércio diante do advento das novas tecnologias.
A 4ª Revolução Industrial no mercado de trabalho, vantagens e desvantagens do e-commerce e Marketing Place, foram alguns dos outros temas abordados. Também participaram dirigentes da Central, representantes da UNI Américas e outras diversas entidades de classe.
Idealizadora do encontro, Rosilania Correia Lima, a Lana, diretora dos Comerciários SP, falou dos problemas atuais enfrentados pela categoria. “Atualmente, há formas desregradas de trabalho, principalmente no caso da atividade em home office. Os trabalhadores atuam em longas jornadas afetando suas saúdes físicas e mentais”. Ela ainda complementa: “Inclusive, não há como mensurar nessas situações se está caracterizado acidente de trabalho ou não”.
Márcio Monzane, secretário regional da UNI Américas, destacou que esse debate é fundamental, pois o setor de comércio tem sofrido mudanças profundas com a evolução da tecnologia. “Seja do ponto de vista de quantidade de emprego, educação profissional, até como desenvolver a venda no setor de comércio e a remuneração em relação a essa venda. Então, é urgente fazer esse debate que pode determinar que tipo de negociação as Convenções Coletivas no Futuro teremos para esses trabalhadores”, explicou.
Ele ressaltou que essa mudança precisa ser muito bem avaliada, uma vez que no ambiente digital, as vendas podem ser realizadas de qualquer lugar e a qualquer hora, o que impacta diretamente a jornada de trabalho e a saúde e bem-estar dos trabalhadores. Monzane concluiu falando ainda sobre a forma de remuneração, pois atualmente, as comissões estão atreladas a oferta e a venda dos produtos, função que no futuro poderá ser feita por Inteligência Artificial, desta forma, se a remuneração estiver ligada a oferta e venda de determinado produto ninguém recebe. “Esse debate é importante para isso, pois é preciso entender e construir esse processo”, concluiu Márcio.
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