Desespero é a palavra que melhor retrata os brasileiros atualmente. Milhões estão desempregados ou em subempregos, lutando para sobreviver a troco de migalhas e sem registro em carteira ou qualquer direito. Outros milhões estão na miséria. Quem não acredita, dê uma volta pelo centro das grandes cidades como São Paulo e verá a quantidade de gente morando na rua, famílias inteiras no mais profundo desespero.
Não bastasse isso, ainda estamos sofrendo com a pandemia de Covid-19, quase 600 mil pessoas perderam a vida no Brasil.
Muitos dos mortos eram comerciários que lutaram desde o começo, mesmo durante os períodos mais difíceis, e ficaram expostos ao contágio, pois trabalhavam em serviços essenciais.
Enquanto isso, a única preocupação do Presidente Jair Bolsonaro é arrumar confusões com governadores, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e parlamentares, tudo para esconder o desastre que é o seu governo.
É um despreparado, o pior presidente que este país já teve. Seu ministro da economia, Paulo Guedes, um incompetente, persegue trabalhadores e todas as suas iniciativas nos prejudicam e retiram nossos direitos.
O dólar disparou e, com isso, a inflação foi às alturas. Há quase trinta anos que não sabíamos o que eram os aumentos de preços descontrolados. O litro da gasolina está na casa dos sete reais, a carne se tornou artigo de luxo para milhares de pessoas, a fome e a miséria voltaram.
Tem gente comprando ossos para fazer sopa na lenha, porque não tem dinheiro para um botijão de gás, isso para não falar de outros assuntos, como as crianças pedindo dinheiro em semáforos e fora da escola porque não foram amparadas nem com internet durante o
fechamento das escolas.
O salário de um mês já não vale tanto no mês seguinte e precisamos que seja corrigido. Sabemos que os patrões, sobretudo os pequenos comerciantes, sofreram muito com o fechamento do comércio, mas todos nós passamos por essa desgraça juntos.
Nossa data base está chegando, se antes foi a hora de dividir sacrifícios, chegou o momento do reconhecimento. Só vamos colocar a economia para girar se as pessoas tiverem como comprar as coisas e, sem dinheiro, não há como. Os patrões têm que compreender que estamos no mesmo barco e ele é um só, se afundar, iremos todos juntos para o fundo, por isso estamos sendo duros nas negociações para o reajuste. Sabemos que muitos não compreendem e que outros acabam fechando acordos parcelados ou mínimos. Nós não concordamos e não aceitamos isso. Nós representamos os trabalhadores.
Quando negociamos estamos falando por eles, que depositam as esperanças em nossos atos. Não podemos esquecer isso.
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