O Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da FEA-USP criou uma calculadora digital que permite simular os efeitos, para os trabalhadores, da reforma do Imposto de Renda. Este é o acesso: www.calculadoradajustica.com.br
Neuriberg Dias, diretor de Documentação do Diap, recomenda que o recurso seja massificado pelo sindicalismo e movimentos sociais. Ele argumenta: “A calculadora explica de modo didático o ganho que a reforma trará ao bolso da pessoa. Assim, estimula os trabalhadores a pressionar parlamentares pela aprovação do Projeto de Lei”.
Para o técnico do Diap, a agenda do Congresso Nacional privilegia interesses privados, corporativos ou eleitorais. Como exemplo, cita a recente aprovação, pela Câmara, da PEC da Blindagem, que dificulta a abertura de ações criminais contra deputados e senadores.
Projeto – O Projeto de Lei de Lula isenta do Imposto de Renda salários até R$ 5 mil, reduzindo ainda a carga tributária pra quem ganha até R$ 7.350,00. O Projeto fix uma alíquota mínima de 10% para rendas superiores a R$ 600 mil anuais.
Para Neuriberg, a isenção aos assalariados têm mais chances de aprovação do que a compensação relativa aos super-ricos. Ele explica: “Dois terços dos deputados e senadores são empresários. Há um pacto entre Congresso e mercado pra não se mexer nas rendas mais altas”.
Golpistas – Um dos entraves atuais para o PL é a ação parlamentar da extrema-direita, que tenta anistiar os golpistas do 8 de Janeiro, inclusive o ex-presidente Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal.
A redução do Imposto de Renda segue sem data pra ser votada. Neuriberg Dias observa: “Esses parlamentares usam o bolso do trabalhador como moeda de troca, o que é absurdo. A previsão atual é que o Projeto seja votado em dezembro. Mas os ricos só serão taxados se houver pressão popular”.
MAIS – Site do Diap.




