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Estudo do Dieese mostra que, no primeiro mês deste ano, dos 324 reajustes salariais analisados, 42% ficaram abaixo da inflação. O boletim verificou também que 23% tiveram resultados iguais ao valor necessário para a recomposição inflacionária e 35% apresentaram ganhos reais de salário.

As informações foram levantadas na base de dados do Mediador, do Ministério do Trabalho e Previdência, e tomam como referência o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Estes números refletem as dificuldades de negociar em uma economia estagnada, com inflação elevadíssima. Os dados poderiam ter sido muito melhor, caso o governo federal tivesse tomado medidas para termos uma inflação menor”, afirma Rodolfo Viana, economista responsável pela subseção do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos.

Com a perda salarial, o trabalhador já não consegue comprar o mesmo de antes. “Na prática, ele segue fazendo as mesmas funções, mas com um salário mais baixo”, explica o economista do Dieese.

Setor – Na indústria, 44,6% dos reajustes apresentaram ganhos reais, 17,6% foram iguais à inflação e 37,8 estão abaixo do INPC. No comércio, 25% acima, 45,8% dos reajustes iguais ao índice e 29,2% abaixo. Já nos serviços, os resultados acima da inflação representam 32,3% dos reajustes, 22,4% são idênticos e 45,3% do total de acordos são menores que o INPC.

Necessário – Nas negociações da data-base de fevereiro de 2022, para que o brasileiro consiga recompor o poder de compra dos salários, equivalente à inflação acumulada nos 12 meses anteriores, o percentual de reajuste necessário, segundo o INPC, é de 10,6%.

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