O Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – mostra que a renda do trabalho cresceu 11,7% ano passado. O resultado é quase o dobro de 2022, e o melhor índice desde 1995. O assunto foi manchete da Folha de S. Paulo, dia 10, domingo.
Para Antonio Corrêa de Lacerda, professor na Pós-graduação em Economia Política da PUC-SP e membro da Comissão de Estudos Estratégicos do BNDES, “apesar das dificuldades herdadas do governo anterior, as políticas macroeconômicas do governo Lula surtem efeito e apresentam crescimento.”
Ele afirma: “O desempenho foi superior ao previsto pelo mercado, combinado com a sustentabilidade fiscal, aprovação do arcabouço fiscal e reforma tributária, inflação e juros em queda, mais programas estruturantes de desenvolvimento, como PAC, Nova Indústria etc.”
Também influenciam nos resultados aspectos exteriores. Segundo Corrêa de Lacerda, “o protagonismo do Brasil no cenário internacional, como a coordenação do G-20, gera novas oportunidades de comércio exterior e investimentos.”
No que se refere ao plano interno, o professor acentua que “as políticas sociais – Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida – combinadas com o quadro macroeconômico, têm favorecido a melhora da renda e do emprego”.
Renda – Na sua perspectiva, a renda do trabalhador pode continuar a crescer, “na medida em que a economia se fortalecer, reflexo direto das medidas em curso, criando mais oportunidades de emprego e aumento de renda.” Outros fatores podem contribuir para melhorias. “Quanto mais houver investimentos, especialmente em setores geradores de valor agregado, como indústria e infraestrutura, haverá mais oferta de empregos e melhores salários”, reitera Lacerda.
Regiões – Os maiores aumentos na renda, em comparação ao quarto trimestre de 2022, ocorreram nas Regiões Norte, 4,1%; e Nordeste, 4%. Por setor, os trabalhadores da indústria, 5,7%; do comércio 5,9% e da administração pública 4,6% obtiveram as maiores altas no último trimestre do ano passado.
Mais – Sites da Folha de S.Paulo e Ipea.