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sexta-feira, 26/07/2024

Emprego, direitos, democracia e vida

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Emprego, direitos, democracia e vida | Momento histórico impõe construir frente ampla

O tempo presente exige a unidade da nação, das suas instituições e organizações, para defender e fortalecer a nossa democracia e seus instrumentos, impedindo todas as ameaças golpistas.

Neste 1º de Maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, celebramos nossas lutas e apresentamos as propostas para o futuro. Em 1886, nos Estados Unidos, trabalhadores reivindicaram a redução da jornada de trabalho sem redução dos salários.

Repressão, assassinato, pena de morte e prisão foram respostas autoritárias que exigiram novas etapas de lutas e novas bandeiras, como a liberdade e o direito de organização.

Quase um século e meio depois, a data celebra e remete a inúmeras conquistas, como direitos trabalhistas, jornada e condições de trabalho, salário, proteção laboral e previdenciária. A organização sindical lutou para ter sistemas de relações de trabalho que tratem dos conflitos e das mudanças no mundo do trabalho por meio de negociação e, quando necessário, exercer o seu direito de greve.

A luta do movimento sindical buscou a garantia da liberdade, a promoção do Estado democrático de Direito e impedir recorrentes ímpetos autoritários nefastos com o propósito de cercear a liberdade e restringir os mais variados direitos.

No Brasil, o período recente vem marcado por retrocessos, com retirada de direitos e proteções, promoção de empregos precários e vulneráveis, informalidade crescente e sem proteção previdenciária, ataques aos sindicatos e desvalorização da negociação coletiva.

Uma economia deprimida e rastejante entrega nossas riquezas naturais, destrói o meio ambiente, privatiza o patrimônio público para enriquecer o interesse privado, desindustrializa nosso sistema produtivo, enfraquece o Estado e as políticas sociais. O governo ataca as instituições, ameaça com golpes, negligencia a vida e a ciência.

As ameaças são reais em nosso país. A fome, a pobreza e a miséria massacram a vida de milhões; o desemprego gera desespero e tira a esperança de uma vida melhor; a carestia arrocha os salários; a violência e o negacionismo no enfrentamento da pandemia de Covid-19 mataram centenas de milhares de brasileiros.

Neste 1º de Maio, convocamos os trabalhadores e as trabalhadoras a lutar pela superação das ameaças ao emprego, aos direitos, à democracia e à vida. Convidamos a sociedade a participar ativamente das mobilizações e manifestações para enfrentar os ataques e as ameaças e afirmar nossas propostas que estão na Pauta da Classe Trabalhadora, lançada recentemente na Conclat (Conferência da Classe Trabalhadora). A sociedade precisa estar atenta e não esquecer que, em regimes autoritários, os direitos são suprimidos, a liberdade cerceada e as desigualdades acirradas.

Nossa unidade deve ser inquebrantável na defesa da democracia e da vida.

Nossa prioridade é ampliar a unidade e capacidade de fazer crescer a nossa força política para superar os ataques e ameaças. A participação de todos nessa luta é fundamental.

Neste Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, queremos manifestar nosso direito de escolha sobre os rumos do país, fato que se materializa no processo eleitoral —e que precisa ser livre e transparente—, no qual o debate público e o voto devem consolidar a escolha do projeto de país que iremos construir daqui para a frente, seus governantes e legisladores.

Os tempos atuais exigem a unidade da nação, das suas instituições e organizações, para defender e fortalecer nossa democracia e seus instrumentos, impedindo todas as ameaças golpistas. O momento histórico impõe construir e fortalecer uma frente ampla pela democracia e pela vida. Essa luta é nossa prioridade, e para a qual iremos somar forças.

Sérgio Nobre – Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Miguel Torres – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah – Presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
Adilson Araújo – Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Oswaldo Augusto de Barros – Presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores
Nilza Pereira de Almeida – Secretária-geral da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
José Gozze – Presidente da Pública Central do Servidor

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